Analisa o conhecimento das gestantes residentes de comunidades rurais sobre aleitamento materno.
O aleitamento materno (AM) é a forma mais natural e econômica de promover a nutrição do lactente, por meio da ação protetora e preventiva do leite materno, sendo uma estratégia, que mesmo isolada, obtém resultados satisfatórios relacionados à saúde da criança. Por ser um alimento rico em anticorpos ele protege a criança de muitas doenças, dentre elas, diarreia e infecções respiratórias, também reduz o risco de reações alérgicas e outras doenças, além de promover o desenvolvimento dos músculos da face e ajudar a fortalecer a função respiratória da criança.
Além disso, o aleitamento materno promove inúmeros benefícios biopsicossociais para as puérperas, dentre eles: redução do peso após o parto; aumento da contratilidade uterina, o que contribui para a redução das hemorragias no período pós-parto; funciona como método contraceptivo; e ainda reduz a incidência de câncer de mama e de ovário.
Nas últimas três décadas, os indicadores de prevalência de aleitamento materno e de aleitamento materno exclusivo no Brasil mostraram tendência de crescimento, com os principais benefícios observados entre 1986 e 2006, seguidos de relativa estabilização em 2013. Porém, no Brasil, a prevalência do aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 36,6% na última Pesquisa Nacional de Saúde.
O aleitamento materno está inserido em um contexto social, cultural, econômico e histórico, sendo influenciado por diversos fatores, tais como: baixa escolaridade, a ausência paterna, inserção da mulher no mercado de trabalho, a própria escolha de não amamentar e a depressão pós-parto. Somado a tudo isso, ainda se percebe a falta de conhecimento das mães a respeito do aleitamento materno, que muitas vezes está relacionada ao despreparo dos profissionais em orientar as mulheres sobre essa temática durante as consultas do pré-natal.
Dessa forma, é interessante ressaltar que a falta de conhecimento e as informações distorcidas que as mães recebem sobre o aleitamento materno representam uma influência significativa na adesão e duração da amamentação, sendo consideradas como fatores determinantes para que seja bem-sucedida. Sendo assim, a forma como os profissionais de saúde e os meios de comunicação abordam a amamentação com as puérperas e familiares podem contribuir para a promoção do aleitamento materno.
Estudos que buscaram analisar o conhecimento das mães sobre amamentação, evidenciaram que as mulheres apresentam conhecimento satisfatório quanto aos benefícios dessa prática para o bebê. No entanto, outro estudo realizado em Recife sobre o conhecimento das puérperas em relação ao aleitamento materno apontou desconhecimento das mulheres sobre complicações que podem ocorrer durante a amamentação (73,3%).
No contexto das comunidades rurais, as mulheres em aleitamento materno se deparam com diversos fatores agravantes, tais como: diferenças culturais, baixa escolaridade da população, pobreza e dificuldade de acesso aos serviços de saúde. No qual, o aleitamento materno misto destaca-se dentre as práticas de auto atenção relativas à alimentação da criança do meio rural. Em que essas práticas passam entre os conhecimentos do modelo médico hegemônico e dos familiares e comunidade.
Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi analisar o conhecimento das gestantes residentes de comunidades rurais sobre aleitamento materno.