Avaliação do Perfil dos Profissionais da Saúde Contaminados Pela Covid-19 no Brasil

16 de setembro de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa o perfil dos profissionais da saúde de nível técnico e superior contaminados pela covid-19 no Brasil.


A Síndrome respiratória aguda grave ou SARS-CoV-2, é um vírus pertencente da família Coronaviridae, identificado na China, mais precisamente na cidade de Wuhan, em dezembro de 2019. Esse vírus é o causador da covid-19, desencadeada pelo SARS-CoV-2, no qual pode manifestar sintomas brandos ou a progressão da doença para uma forma grave, necessitando de internações hospitalares.

Atuação da Equipe de Cuidados Paliativos Frente a Pacientes Com a Covid-19

Foto: Internet.

O primeiro caso no Brasil ocorreu em fevereiro de 2020, que rapidamente alastrou-se pelo restante do país e com aumento dos casos no mundo inteiro acarretou na declaração da pandemia mundial, ocasionada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020.
Desde então, os números de mortes progrediram diariamente, chegando ao ápice de óbitos, na margem de 4 mil ao dia no território nacional, e mais de 450 mil, no período de 15 meses de pandemia. Com o quantitativo em quase 23 milhões de infectados pela covid-19, o número de óbitos obteve uma queda no final do ano de 2021 sendo aproximadamente 91,62% desde o ápice da pandemia, favorecido pela intensa campanha de vacinação em massa.
A pandemia provocou algumas tomadas de decisões, por parte dos governantes e uma delas foi a quarentena, considerada ao mesmo tempo uma das medidas mais restritivas e efetivas, que discorrem até os dias atuais. Imposta como medida de contenção do vírus, a quarentena impossibilitou a abertura de comércios, bares, restaurantes, academias e demais locais que reunia um número elevado de pessoas, em especial os ambientes fechados.
O trabalho dos profissionais da saúde foi considerado neste momento, muito desafiador, sendo a categoria mais afetada pela pandemia da covid-19. São eles que se encontram a frente, diariamente, prestando cuidados e auxiliando na melhora da qualidade de vida, principalmente nos casos suspeitos ou infectados pela covid-19.
Em uma doença tão nova e agressiva, causada por um vírus com alta taxa de transmissibilidade, os profissionais da saúde estavam presentes desde o início, que não continha nenhum mecanismo de conhecimento e de prevenção, muito menos do quão letal poderia causar essa doença. Uma classe constituída por diversos profissionais em suas diversas áreas de atuação, que juntos constituem uma equipe multidisciplinar.
Por serem tão necessários e indispensáveis na atuação frente à covid-19, se encontravam por consequência, em situação de exposição todos os dias com o vírus, considerados desde então grupo de alto risco à infecção. Além do fator de risco de infecção, existem outros fatores como, as jornadas de trabalho dobradas, diminuição dos períodos de descanso, adiamento de férias e o acarretamento de patologias físicas e mentais.
A necessidade de estarem frente a frente com a doença, com o paciente positivado ou com casos suspeitos, foi uma das realidades cotidianas dos profissionais da linha de frente. Faz-se então a visualização e a execução da segurança desses trabalhadores, que em grande escala se contaminaram com o vírus.
Com o aumento de casos em crescente avanço, o resultado foi certeiro, refletindo nas equipes de saúde e no processo de trabalho. Diversas demandas surgiram, no intuito de conter a circulação do vírus e a adequação da nova forma de trabalho, aumentando cada vez mais as tarefas e o quantitativo de pessoal.
O trabalho desenvolvido pelos trabalhadores da saúde no contexto pandêmico, tem sido de grande desgaste emocional, cotidianamente no ambiente de vulnerabilidade. As diversas alterações psíquicas que acaba se desenvolvendo nos profissionais, é também evidenciada nos diversos afastamentos de seus colegas de trabalho, que pouco a pouco vem se ausentando de suas atividades diárias, em decorrência da contaminação e adoecimentos pela covid-19. Além de ser uma carga emocional muito alta, perante as ausências, ela acaba se transformando em uma sobrecarga física, nas quais, as funções serão desdobradas, podendo até mesmo triplicar-se.
Outra questão, são as condições de trabalho que os profissionais tem vivenciado todos os dias em seus locais de trabalho, que é um fator também cooperante de adoecimentos. A falta de insumos, de equipamentos individuais (EPI), horas dobradas de trabalho, remuneração amena, falta de profissionais nas equipes, redução das folgas, horário de descanso e de salários são alguns exemplos da precariedade.
Outro fator de predisposição é a exposição dos profissionais na linha de frente, ou seja, aqueles que estão lidando diretamente com pacientes contaminados pelo vírus que causa a ovid-19. Estes fatos aumentam as possibilidades da contaminação, e também de transmitir aos seus familiares. Além disso, predispõe profissionais da saúde, a sofrimentos psíquicos, sendo evidenciada com sentimento de culpa, cobrança, ansiedade, acarretando em um potencial elevado de agravamento em patologias mentais.
Deste modo, percebe-se o quanto é importante investigar e promover informações e estudos sobre a contaminação e adoecimentos dos profissionais da saúde, devido ao fato de muitos trabalhadores estarem expostos aos diversos fatores de riscos, em decorrência das suas condições de trabalho impostas pela pandemia da covid-19.
Além disso, pela limitação de estudos que buscaram avaliar o perfil dos profissionais da saúde, assim como suas características de trabalho, comorbidades e outros fatores que podem influenciar sua contaminação e piora no quadro clínico do profissional contaminado. Assim, objetivou-se neste estudo analisar o perfil dos profissionais da saúde de nível técnico e superior contaminados pela covid-19 no Brasil.
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