Avalia as crenças que norteiam o cuidar do recém-nascido prematuro em domicílio, na perspectiva da mãe cuidadora.
Nas últimas décadas têm se notado a redução da mortalidade infantil no mundo e, com ela, a redução nas taxas da mortalidade neonatal, que passaram de 37% para 33%, sendo que a cada 1.000 nascidos vivos, 21 neonatos evoluem para o óbito. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do Programa Every Newborn, estima que, até 2035, ocorrerá diminuição para 10 óbitos por cada 1.000 nascidos vivos. Entretanto, para alcançar esses números, torna-se necessária a tomada de medidas e intervenções efetivas, para minimizar as causas dos óbitos, especialmente em situação de prematuridade.
Embora a gestação seja vista como um processo natural da fisiologia da mulher, sabe-se que esse é um período exclusivo, pois cada gestante percorre esse processo de maneira distinta e única. Cada experiência vivida nesse processo é singular e gera mudanças repentinas em nível físico, familiar, emocional, conjugal e social.
O avançado tecnológico, que ocorreu nas últimas décadas, favoreceu, de maneira positiva, a segurança no diagnóstico e a definição de cuidados, na busca de ações mais eficazes e seguras, em relação à gestão. Porém, isso, por si só, não é suficiente para solucionar as questões que vão além da preservação da vida da paciente. Todavia, o avanço tecnológico promoveu, de certa forma, o afastamento da genitora e da família, nos cuidados promovidos a esse recém-nascido prematuro (RNP).
É necessário ressaltar que o cuidado precisa estar pautado na solidificação da família e que esta seja envolvida, como parceira, na assistência aos RNP. A mulher não engravida sozinha, todos os integrantes da família, também, participam, diretamente, desse processo. Assim, vale destacar a cultura, na qual, cada mulher vive e, sobretudo, que esta pode recair de maneira positiva quanto à verbalização das necessidades, crenças, valores, saberes e visão sobre a gestação, o parto e o bebê.
O estabelecimento de relação, entre o profissional de saúde e a família, possibilita uma visão abrangente das dificuldades, compreensão das necessidades e prioridades, que essa família experimenta. Tal fato proporciona melhor planejamento dos cuidados essenciais para o bem estar do RNP, ao receber alta do ambiente hospitalar.
Pode-se afirmar que os costumes parentais, vivenciados no processo de interação entre os pais e o prematuro, podem interferir, de maneira positiva ou negativa, no processo de desenvolvimento do ser. Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo avaliar as crenças que norteiam o cuidar do recém-nascido prematuro em domicílio, na perspectiva da mãe cuidadora.