Avaliação da Aceitabilidade da Terapia Larval no Tratamento de Feridas

30 de junho de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia a aceitação ou recusa da terapia larval na cicatrização de feridas entre médicos e enfermeiros dos CAIS e avalia os fatores que interferiram na aceitação ou recusa da TL na cicatrização de feridas, no próprio corpo e no corpo de outras pessoas.


A terapia larval (TL) é uma bioterapia aplicada há centenas de anos e compreende na utilização de larvas vivas de moscas no tratamento de feridas de variadas etiologias. Os objetivos gerais deste estudo foram: avaliar a aceitação ou recusa da terapia larval na cicatrização de feridas entre médicos e enfermeiros dos CAIS (Centro de Atendimento Integral à Saúde) de Goiânia, GO e avaliar os fatores que interferiram na aceitação ou recusa da TL na cicatrização de feridas, no próprio corpo e no corpo de outras pessoas.

Avaliação da Aceitabilidade da Terapia Larval no Tratamento de Feridas

Foto: O Portal oficial do estado da Bahia.

Trata-se de estudo de natureza quantitativa, descritivo e analítico, realizado no período compreendido entre junho e dezembro de 2009, nos 14 CAIS de Goiânia, GO. A população foi constituída por 209 profissionais e destes, 92 enfermeiros e 41 médicos preencheram o instrumento de coleta de dados. O questionário encampou dados de identificação, socioeconômicos, demográficos, de religiosidade, formação e qualificação profissional, aceitação e recusa da TL e avaliação dos fatores que poderiam influenciar nas respostas aceitação e recusa da bioterapia.

Todas as análises foram realizadas utilizando o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Os dados foram explorados pela frequência, média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartil. O teste de Wilcoxon foi utilizado para comparação das características das variáveis em duas situações distintas, no próprio corpo e no corpo de outra pessoa (aceitação ou recusa dos profissionais de saúde). Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Entre os 133 profissionais, 76,7% eram do sexo feminino; 58,6% tinham idade entre 23 e 32 anos; 63,2% eram católicos e 76,0% procedentes do Estado de Goiás. Entre os profissionais, 48,1% (n=64) disseram que aceitariam utilizar as larvas para tratamento de feridas em seu próprio corpo e 51,8% (n=69) a utilizariam nas feridas de outras pessoas. Os fatores que mais interferiram na resposta aceitação entre os profissionais, tanto para utilização no próprio corpo como no corpo de outras pessoas foram: ferida que não responde a outros tratamentos, redução no tempo de cicatrização, desbridamento rápido e seletivo e eficácia contra microrganismos (Md=8 a 9;Q1=7 a 8;Q3=10;MIN=0 a 2;MAX=10). Quanto à resposta recusa , os fatores que mais interferiram nesta escolha, nas duas situações foram: conhecimento insuficiente e asco à manipulação (Md=9;Q1=3 a 6;Q3=10;MIN=0;MAX=10).

Apesar da terapia com larvas de moscas ainda ser pouco conhecida por médicos e enfermeiros dos CAIS de Goiânia, GO, quase metade desses profissionais aceitaria utilizar esta terapêutica, fator que aponta a necessidade de aproximação das pesquisas científicas à realidade prática.

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