Atenção à Saúde de Pessoas Surdas em Tempos de Pandemias por Coronavírus

18 de novembro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Sobre os entraves vivenciados pela população surda durante a pandemia de COVID-19.


O ano de 2019 teve seu início marcado por uma emergência internacional, causada pelo Novo Coronavírus, designado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como Sars-Cov-2. Esse vírus corresponde ao agente causador da doença intitulada COVID-19. Por conta da disseminação acelerada do vírus entre os países, em 11 de março de 2020, a OMS declarou a doença COVID-19 como uma pandemia.

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

As vias principais de transmissão são por gotículas no trato respiratório e por contato. Outra via de transmissão é por aerossóis, sendo que todas as pessoas estão suscetíveis a contrair o vírus. Idosos e pessoas com doenças crônicas estão sob maior risco. Os principais sintomas são febre, fraqueza e tosse seca. Uma menor parte dos pacientes também apresentam outros sintomas, como obstrução nasal, coriza e diarreia. A maior parte dos pacientes de caso grave, após uma semana de infecção, apresenta dificuldade para respirar.

A crise global da COVID-19 tem aprofundado as desigualdades pré-existentes no mundo. As recomendações para prevenção da doença incluem uso de máscaras, higienização das mãos com água, sabão ou álcool 70%, além do distanciamento social. Apesar de se mostrarem como medidas simples, a velocidade de disseminação e o número de mortes decorrentes da doença têm exposto questões relevantes a serem consideradas, como a importância de ações coletivas governamentais e forte influência das condições sociais em seu desfecho.

Compreende-se que o vírus afeta de maneira desproporcional os grupos populacionais, com maior risco para os de baixo nível socioeconômico. Essa população enfrenta barreira no acesso à água, ao saneamento básico e aos equipamentos de proteção individual, configurando condições de trabalho que interferem no atendimento ao distanciamento social. Nesse contexto, destacam-se as populações vulneráveis, em que as dificuldades de acesso à saúde precediam a pandemia, sendo, portanto, acentuadas. Dentre essas, temos as pessoas com deficiência.

Mesmo em circunstâncias ditas normais, pessoas com deficiência são menos propensas a terem acesso à saúde, aos cuidados, à educação, ao emprego e à participação na comunidade. Elas são mais predispostas a viverem na pobreza, experimentando taxas mais altas de violência, negligência e abuso, além de estarem entre as mais marginalizadas em qualquer comunidade afetada pela crise. A COVID-19 agravou ainda mais tal situação com impacto desproporcional a esse grupo, direta e indiretamente.

Pessoas Surdas na pandemia do Covid-19

No caso de pessoas surdas, a situação atual corresponde a um grande desafio. Surdos, quando comparados a ouvintes, usam serviços de saúde com menos frequência, justamente pela dificuldade de acolhimento e entendimento nos espaços. Como consequência, tendem a procurar as unidades de saúde quando a doença já está instalada, ou seja, para tratamento.

O principal meio de combate da COVID-19 corresponde à prevenção. Para isso, o provimento de condições financeiras à população para favorecer o distanciamento social, assim como o acesso à informação, é primordial. Além disso, as dificuldades de comunicação e de difusão das informações podem prejudicar ainda mais a assistência à saúde de pessoas surdas, o que pode ocasionar ações equivocadas, promover medo e insegurança e prejudicar o desenvolvimento de ações de prevenção da doença.

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