Analisa as representações sociais do HIV para Pessoas que Vivem com HIV, compreendendo os meios desenvolvido por essas pessoas para o enfrentamento da síndrome e a proposição de apontamentos para a implementação do Cuidado de Enfermagem.
O presente trabalho tem como objeto a Representação Social do HIV/Aids para Pessoas que Vivem com HIV (PVHIV) e tem por objetivo geral Analisar as representações sociais do HIV para Pessoas que Vivem com HIV (PVHIV), compreendendo os meios desenvolvido por essas pessoas para o enfrentamento da síndrome e a proposição de apontamentos para a implementação do cuidado de enfermagem. Os objetivos específicos foram assim definidos: Identificar os conteúdos representacionais do HIV para as pessoas que vivem com HIV; Descrever a estrutura das Representações Sociais do HIV para Pessoas que Vivem com HIV e Analisar estas representações com vistas à proposição de apontamentos para o cuidado de enfermagem no contexto das PVHIV. Pesquisa exploratória-descritiva, com abordagem qualitativa, embasado na Teoria das Representações Sociais (TRS).
Para este estudo, utilizou-se um serviço ambulatorial especializado para pessoas que vivem com HIV de um Hospital Universitário de grande porte localizado no município do Rio de Janeiro. Os participantes da pesquisa são Pessoas que Vivem com HIV que realizam tratamento nesta unidade, sendo que, na primeira etapa, participaram 167 PVHIV e, na segunda, 31. A coleta deu-se através de questionários de caracterização, evocações livres e entrevista semiestruturada. A análise dos dados utilizou-se o quadro de quatro casas a partir do software EVOC 2005 e a análise de similitude por co-ocorrência para os dados oriundos da evocação e a análise lexical pelo software IRAMUTEQ, para os da entrevista. Com relação à estrutura da Representação, destaca-se que o provável Núcleo Central é composto por tristeza, medo, doença-qualquer e morte, que indicam uma dimensão de sentimentos e emoções e conceitual, com predomínio da primeira. Na análise de similitude percebe-se a tendência à centralidade do termo preconceito, visto que possui grande número de conexões juntamente com tristeza. Na análise lexical, foram definidas quatro classes: O processo de viver com a Aids e a adesão ao tratamento: fatores que facilitam e dificultam; O HIV/Aids e seus paradoxos: O viver com o vírus, a construção de teorias ingênuas e o conhecimento científico; O processo de enfrentamento das dificuldades diante do HIV/Aids: empatia, relação com o divino e luta cotidiana; e, por fim, O processo de diagnóstico: enfrentamento, superação e novos desafios.
Conclui-se que a representação social do HIV/Aids para as PVHIV tem, em sua estrutura e organização, um embasamento nas emoções e sentimentos, com características negativas, tendo como hipótese de centralidade a tríade doença-qualquer-tristeza-preconceito. As representações sociais do HIV, como apresentadas neste estudo, caracterizam-se por ser aspectos importantes que que norteiam o cuidado em saúde e enfermagem e auxiliam no enfrentamento da síndrome.