Apoio Psicossocial e Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem no Combate ao Covid-19

9 de setembro de 2020 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descreve e discute a atuação dos profissionais de Enfermagem, sua exposição aos fatores de risco no trabalho e a importância do apoio psicossocial na pandemia do COVID-19.


Uma sondagem com profissionais da enfermagem evidenciou que cerca de 80% dos trabalhadores entrevistados tinham medo de atuar na pandemia da COVID-19, principalmente pelo receio de contaminar os familiares e por não ter condições seguras para trabalhar. Além disso, os profissionais da linha de frente apontaram falta de EPI, de treinamentos, de fluxo nos atendimentos e sobrecarga de trabalho.

Apoio Psicossocial e Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem no Combate ao Covid-19

Apoio Psicossocial e Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem no Combate ao Covid-19.

Segundo a OMS, os trabalhadores de saúde representam entre 4% e 12% dos infectados, mas em alguns hospitais do Reino Unido esse número passou de 50%, revelando a gravidade do risco. Na Itália, cerca de 6.200 profissionais da saúde se contaminaram e 40 morreram, a Espanha (6.500 casos e três óbitos) e a China (mais de 3 mil casos e 13 óbitos) também apresentam números alarmantes, porém menos óbitos. De acordo com um estudo brasileiro, 2,6 milhões de profissionais da área da saúde apresentam risco de contágio acima de 50%, podendo dobrar o risco de contágio em função do ambiente e da proximidade física com os pacientes. Até o momento, o Brasil já registrou mais de 4,1 mil profissionais de enfermagem contaminados e 108 óbitos.

Saúde mental dos profissionais da saúde

A magnitude da pandemia e o grau de vulnerabilidade influenciam no impacto psicossocial dos profissionais da saúde. Ainda que pareça inusitado, nem todos os problemas psicológicos e sociais decorrentes da pandemia COVID-19 podem ser classificados como doenças, uma vez que tais reações são consideradas normais diante de uma situação anormal. A atual pandemia impacta os indivíduos de maneiras específicas, sendo as reações mais comuns os distúrbios de comportamento, de apetite, do sono, conflitos interpessoais (com familiares e equipes de trabalho), violência e pensamentos recorrentes sobre a epidemia, o risco de morrer e a saúde da família.

Reconhecendo a importância dos profissionais da enfermagem e os riscos de adoecimento físico e psíquico na pandemia, este estudo teve como objetivo descrever e discutir a atuação dos profissionais de enfermagem, sua exposição aos fatores de risco no trabalho e a importância do apoio psicossocial na pandemia da COVID-19.

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