A diferença entre Medicina e Enfermagem pode gerar muita dúvida entre as pessoas, afinal, o trabalho dessas duas áreas é bastante interligado, envolve a saúde e o cuidado com os pacientes e funciona com um fluxo grande de informações.
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“São diferentes formas de atenção com a saúde. O enfermeiro tem um contato muito mais direto com os pacientes e está na linha de frente. Já o médico, tem um leque de recursos auxiliares maiores, que são compatíveis com uma formação mais longa. São atividades complementares e que não concorrem”, explica o Dr. Carlos Malheiros, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
A saúde das pessoas acaba sendo o foco de estudo do médico. Ele está envolvido em uma rotina de diagnósticos, prevenção de doenças e prescrição de tratamentos e medicamentos. Para isso, solicita exames ou até mesmo faz procedimentos cirúrgicos. Os locais de trabalho desses profissionais podem variar entre hospitais, postos de saúde, clínicas, empresas e até mesmo consultórios próprios.
Os cursos de Medicina têm uma duração média de seis anos e formam médicos generalistas. Além da graduação, é preciso fazer a residência, formação em que é possível um aprofundamento do conhecimento em uma especialidade. Isso pode levar mais dois anos.
O estudante tem o dia tomado por muito estudo e extrema dedicação em um curso que é integral. Nos dois primeiros anos, as disciplinas são mais básicas. Algumas instituições adotam também uma grade de disciplinas mais práticas já no começo. Porém, o contato com os pacientes acontece só a partir da metade do curso. Depois disso, vem o internato (estágio do curso de Medicina), com a passagem por diferentes áreas (pediatria, ginecologia, clínica médica) e a experiência em unidades básicas de saúde e hospitais.
Em 2018, o Ministério da Educação (MEC) suspendeu a criação de cursos de Medicina durante cinco anos e o aumento de vagas em cursos que já existiam. Segundo o governo, isso tem como objetivo preservar a qualidade do curso como um todo.
Para avaliar o nível dos futuros médicos, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) aplicou algumas provas nos estudantes. Elas também serviam como um requisito para quem prestava alguns programas de residência médica.
O Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior) não reconhece essa avaliação do CRM, alegando que o exame não é capaz de medir a qualidade do curso e do aluno, já que o aluno precisa somente comparecer no dia da prova sem ter qualquer compromisso com o resultado.
Em 2016, uma portaria do MEC instituiu a Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem). A ideia dessa prova é avaliar os cursos de Medicina considerando os conhecimentos, as habilidades e as atitudes previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina.
O estudo Demografia Médica no Brasil (2018), do Conselho Federal de Medicina, mostra um panorama interessante sobre a carreira médica no país. Nunca houve um crescimento tão grande da população médica no Brasil num período tão pequeno de tempo. Em pouco menos de 50 anos, o total de médicos aumentou três vezes mais que o número de brasileiros.
O levantamento também evidencia pontos preocupantes como o fato de a grande quantidade de profissionais estar concentrada nas regiões mais desenvolvidas, nas capitais e no litoral.
O número de especialistas vem crescendo no Brasil, principalmente em função da ampliação de programas e vagas de residência médica.
A participação feminina dentro do contingente de profissionais médicos também chama atenção. Atualmente, apesar de os homens ainda serem maioria, com 54,4% do total profissionais, a distância com a representação das mulheres vem caindo a cada ano. O sexo feminino já predomina entre os médicos mais jovens (57,4%, no grupo até 29 anos, e 53,7%, na faixa entre 30 e 34 anos).
O enfermeiro se destaca por recolher informações sobre o estado de saúde do paciente e é responsável pela administração de remédios, alimentação e elaboração de curativos. Ele trabalha em parceria com médicos, psicólogos e nutricionistas em uma profissão presente em todos os municípios, muito inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino.
O trabalho dele acontece em hospitais, clínicas e até mesmo em domicílio, se necessário. As áreas de atuação podem ser as mais diversas possíveis, como enfermagem geral, geriátrica, de saúde pública, obstétrica, psiquiátrica e até a sala de aula em cursos de formação de auxiliares e técnicos de Enfermagem, se concluir a licenciatura.
O curso de Enfermagem possui uma grade de disciplinas bastante voltada para as Ciências Biológicas. Por isso, o estudante deve estar preparado para estudar anatomia, saúde coletiva e tudo que envolve o corpo humano. Além disso, ele vai ter contato com assuntos relacionados à Administração, Sociologia e Psicologia. A partir da metade do curso, é possível estar mais presente nas enfermarias e mais próximo dos pacientes. Para finalizar a formação e conseguir o diploma, é necessário apresentar um trabalho de conclusão e também fazer estágio. A duração média do curso é de quatro anos.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em parceria com a Fiocruz, divulgada em 2015, a quantidade de enfermeiros vem crescendo no país. Auxiliares e técnicos buscaram os cursos de graduação (86,1%) e aumentaram a qualificação.
Os números também mostram uma área marcada pelo rejuvenescimento: 1/4 dos profissionais (25,3%) tem idade até 30 anos e 61,7% até 40 anos.
As mulheres ainda dominam a equipe de Enfermagem, ou seja, 85,1%. Mas, a presença masculina está crescendo nos últimos anos (14,4% de homens).
De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, São Paulo é o estado brasileiro com maior número de enfermeiros do país. Até junho de 2019, eram 130.919 enfermeiros cadastrados no Conselho Regional. No Brasil todo, são 528.044 registros desse profissional, considerando todas as regionais.
Lembre-se a princípio de pesquisar bastante sobre a grade de disciplinas do curso e as áreas de atuação da carreira que escolher. O curso pode apresentar também uma formação específica, por isso, é bom ficar de olho no foco dado pela instituição.
Outra coisa que pode igualmente ajudar muito nesse momento de decisão é conversar com profissionais que já atuem na área para entender melhor o dia a dia de trabalho, as dificuldades e pontos positivos.
Muitos especialistas destacam que essa fase de escolha é marcada pelo autoconhecimento, por isso não adianta fugir de uma análise profunda sobre gostos, habilidades e até mesmo fraquezas. É como se um projeto de vida pudesse ser traçado, entende?
Fonte: [1]