21 de setembro de 2021 por filipesoares
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Descreve a utilização da Yoga no apoio ao aleitamento materno, a partir do olhar das nutrizes.
A legitimação e a institucionalização da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) teve início a partir da década de 1980, mediante o atendimento das diretrizes e recomendações de várias Conferências Nacionais de Saúde e das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a descentralização e a participação popular, os estados e os municípios ganharam maior autonomia na definição de suas políticas e ações em saúde, vindo a implantar as experiências pioneiras.
Yoga Como Prática Integrativa e Recurso Terapêutico no Apoio ao Aleitamento Materno. Foto: Divulgação
Essa política pública trouxe avanços significativos para a qualificação do acesso e da resolutividade na Rede de Atenção à Saúde, presentes nos serviços de saúde em todo o país. Nesse processo, foram incorporadas as Terapias Comunitárias Integrativas (TCI), dentre elas a prática de Yoga. Conforme entendimento, os benefícios desse recurso terapêutico alcançam a melhoria da qualidade de vida, permite a redução do estresse, colabora com o controle da frequência cardíaca e a pressão arterial, além de aliviar sintomas da ansiedade, depressão e insônia. A Yoga, ainda, possibilita a melhora da aptidão física, força e flexibilidade geral.
A amamentação é uma ação que traz benefícios para a criança e a mãe em vários aspectos, tanto no valor nutricional, na proteção imunológica quanto na redução da morbimortalidade infantil por diarreia ou por infecção respiratória. É válido ressaltar que a amamentação promove diversos benefícios para o binômio mãe-bebê, alimenta a criança e fortalece o vínculo familiar devido à proximidade e conexão que vão além do físico, trazendo conforto e aconchego do colo, atenuando as suas emoções em momentos de dor, desconforto e exposição ambiental.
Esse ato promove adequado desenvolvimento da cavidade oral, resultado dos movimentos exigidos e dos músculos mobilizados no processo de sucção do leite da mama. No caso da mãe, amamentar significa, além do estreitamento do vínculo afetivo, provoca diferentes ações em seu corpo nos aspectos biofisiológicos, tais como: aceleração da involução uterina reduzindo o sangramento pós-parto, ampliação do tempo entre as gestações e partos, além de reduzir a probabilidade de alguns tipos de cânceres de mama e de ovário. O aleitamento materno estreita e estabelece laços sociais que permitem consolidar os vínculos afetivos, transmite maior segurança para a mãe, promove-se o desenvolvimento afetivo-emocional e social da criança.
No que tange às políticas públicas de saúde, desde a década de 1980 o Brasil caminha por meio de ações voltadas à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Entretanto, apesar dos comprovados benefícios da amamentação, sua prática está aquém das recomendações da OMS. As Práticas integrativas, estão sendo aceitas e inseridas pelos profissionais da saúde, com diferentes finalidades, podendo ser aplicadas em várias condições clínicas, e ser um caminho de concluir a terapêutica junto ao tratamento biomédico, a depender da condição do indivíduo e, com isso, proporcionar um cuidado diferenciado e com resultados efetivos. Nesse sentido, as práticas integrativas vêm somar esforças nessa perspectiva de consolidar a prática da amamentação. A inclusão de recursos terapêuticos no SUS busca a melhoria dos serviços e o incremento de diferentes abordagens, tornando disponíveis opções preventivas e terapêuticas aos seus usuários. O modelo de atenção se organiza transdisciplinar, busca-se a integralidade do cuidado em saúde e o envolvimento de enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, educador físico e outros profissionais.
Nesse cenário, e buscando responder à questão investigativa sobre quais aspectos são percebidos quanto à utilização da Yoga como cuidado integrativo na amamentação, tem-se como objetivo descrever a utilização da Yoga no apoio ao aleitamento materno, a partir do olhar das nutrizes.
