A Vivência do Enfermeiro Como Membro de Comissão de Ética de Enfermagem

8 de dezembro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Sobre a vivência dos enfermeiros como membros de Comissão de Ética de Enfermagem em instituições de saúde.


As Comissões de Ética de Enfermagem como representantes dos Conselhos Regionais de Enfermagem nas instituições de saúde possuem atribuições educativas, orientadoras e de vigilância do exercício profissional de Enfermagem.

A Vivência do Enfermeiro Como Membro de Comissão de Ética de Enfermagem. Foto: Divulgação.

A fim de compreender a vivência dos enfermeiros que atuam nas Comissões de Ética de Enfermagem, este estudo tem por objetivos: interpretar a vivência dos enfermeiros como membros de Comissão de Ética de Enfermagem em instituições de saúde; desenvolver um modelo teórico que explicite a vivência dos enfermeiros como membros de Comissão de Ética de Enfermagem em instituições de saúde e, propor contribuições para fortalecer a participação do enfermeiro como membro de Comissão de Ética de Enfermagem.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utiliza como referencial metodológico a Teoria Fundamentada nos Dados. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, sob o número de parecer: 2.348.428, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sob o número de parecer: 2.555.080 e teve como instituição coparticipante o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada e observações em reuniões de Comissões de Ética de Enfermagem entre os meses de março a outubro de 2018. O primeiro grupo amostral foi constituído de seis enfermeiros membros de Comissões de Ética de Enfermagem. Posteriormente, foram realizadas duas observações em reunião de comissões distintas. O segundo grupo amostral foi composto por oito enfermeiros ex-membros de Comissões de Ética de Enfermagem. O terceiro grupo amostral foi constituído por quatro enfermeiros que já atuaram orientando as comissões no Conselho Regional de Enfermagem, totalizando 18 participantes.

A análise de dados seguiu as orientações da corrente glaseriana e foi utilizado o software NVivo® para sua organização. A interpretação do fenômeno deu-se por meio da elaboração do modelo teórico “A vivência do enfermeiro como membro de Comissão de Ética de Enfermagem”, emergido a partir da relação entre sete conceitos: Participando do processo de formação da CEE; Refletindo sobre a ética; Desenvolvendo-se na CEE; Qualificando a CEE; Atuando na CEE; Relacionando-se interprofissionalmente e Enfrentando dificuldades, que fundamentam o conceito central: “Vivenciando a CEE”.

Utilizou-se o código teórico proposto por Glaser, denominado “Família Interativa”, que propõe a ocorrência das relações de efeito mútuo, reciprocidade, trajetória mútua, interdependência e interação de efeitos entre os conceitos. O modelo teórico permitiu compreender a vivência do enfermeiro na CEE a partir da aproximação do profissional com a CEE, suas reflexões acerca da ética, a atuação propriamente dita, o desenvolvimento profissional decorrido da sua experiência e o enfrentamento de dificuldades.

O estudo oferece proposições para o fortalecimento da atuação do enfermeiro na CEE relativas à formação profissional, ao suporte do Conselho Regional de Enfermagem, sobre o processo de formação da CEE e sobre o apoio gerencial e institucional.

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