“Desde criança, sonhava em estar de branco, dentro de um hospital, ajudando o próximo”. Aos 57 anos, a enfermeira Maria de Lourdes Paiva relembra a vocação, descoberta na infância. Mas, até chegar lá, Lourdes precisou trilhar o caminho com muita perseverança. Entre a idealização inocente de criança até se tornar uma entre cerca de 85% de mulheres, que compõem o quadro de profissionais da enfermagem em Minas Gerais, foram anos de desafios.
Lourdes é o retrato da força das mulheres: batalhadora, persistente, estudiosa, cheia de funções que vão além do trabalho, mãe dedicada e, principalmente, apaixonada por tudo o que faz na vida. Sair de casa nas primeiras horas do dia para trabalhar e só voltar tarde da noite, se dividir em dois empregos, cuidar da rotina da casa e, ainda dizer “amo demais o que eu faço, sou muito grata” é mais do que inspirador, é o desenho de um cenário encontrado em muitos lares de mulheres vitoriosas.
Apesar de ter crescido com o sonho de se tornar enfermeira, Lourdes realizou outro antes: ser mãe. Ela tinha 17 anos quando o filho Joemar Eustáquio Paiva Ferreira, de 40, nasceu. Depois vieram Kleber Eustáquio Paiva Ferreira, de 38, e a caçula, Clara de Paiva Rocha, de 22 anos. Para conseguir sustentar e, ao mesmo tempo, tomar conta das crianças, Lourdes optou por se tornar costureira para trabalhar em casa. “Eu sabia que um dia seria enfermeira, mas tive que esperar”, relembra.
Ela chegou a fazer um curso de auxiliar de enfermagem, porém a rotina ainda não permitia uma mudança na área de trabalho. Em 2014, teve a oportunidade de entrar na faculdade de enfermagem. Só que surgiu outra questão: Lourdes não tinha completado o ensino médio. “Não desisti. Fiz o que foi preciso, tirei o diploma e ingressei na faculdade no mesmo ano”, conta com orgulho.
O resultado da persistência? Maria de Lourdes concluiu o ensino superior e já estava empregada quando saiu da graduação. Inclusive, precisou antecipar a colação de grau. Hoje, ela tem quase três anos de profissão e, mesmo com tanta experiência de vida, ainda é o começo: “Sinto que chegou minha vez”, comemora.
A história é de Lourdes, mas poderia ser de Joanas, Isauras, Martas, Carmens, Socorros, Fernandas, Paulas, Anas. De mulheres profissionais da enfermagem, mães, avós, irmãs, esposas, tias, primas, sobrinhas, netas. A história poderia ser sua! E não deixa de ser. Em toda mulher há um pouco de cada uma. Para o Coren-MG, existem todas vocês. E, ao mesmo tempo, cada uma é única: Merecedora de todas as homenagens. Sobretudo, digna de VALORIZAÇÃO diária.