Analisa as concepções e as práticas dos trabalhadores de Enfermagem sobre a relação entre vacinação e biossegurança.
O presente estudo analisa as concepções e as práticas dos trabalhadores de Enfermagem sobre a relação entre vacinação e biossegurança em um hospital público de referência em doenças infecto contagiosas em Natal/RN.
Trata-se, portanto, de um estudo exploratório/descritivo com abordagem qualitativa e quantitativa. Constituíram-se como colaboradores da pesquisa vinte e dois profissionais de enfermagem, sendo cinco enfermeiras, três auxiliares e quatorze técnicos em enfermagem. As informações foram obtidas através da técnica de entrevista com roteiro semi-estruturado. Na abordagem quantitativa, as informações foram analisadas estatisticamente e apresentadas em forma de tabelas e gráficos para caracterizar os trabalhadores e os aspectos relacionados à situação vacinal dos mesmos; e na abordagem qualitativa, utilizamos o método de análise de conteúdo.
A análise foi realizada a partir das categorias empíricas advindas do processo de análise do material de campo, medida através de inferências e interpretações baseadas nos autores estudados no referencial teórico da pesquisa. A partir da análise dos resultados, constatamos que os trabalhadores de enfermagem entrevistados estabelecem de forma clara e objetiva, nas suas falas, uma relação direta entre vacinação e biossegurança além de atribuir um significado de grande importância quanto ao uso das vacinas em suas vidas profissionais no que se refere ao controle e diminuição dos riscos, sobretudo os biológicos, aos quais se encontram expostos no exercício cotidiano de suas funções. No entanto, ao analisar a situação vacinal desses trabalhadores, verificamos que a cobertura vacinal ainda se encontra aquém do esperado para as vacinas de interesse ocupacional, com destaque apenas para as vacinas contra difteria e tétano e a contra hepatite B, que apresentaram coberturas consideradas muito boas e acima da média nacional.
Considerando que a instituição, embora tenha um serviço de saúde ocupacional atuante e ofereça algumas vacinas de interesse ocupacional, ainda apresenta um trabalho de pouca mobilização no que se refere à sensibilização e educação permanente dos trabalhadores quanto à necessidade e importância da vacinação ocupacional, não só para a proteção dos seus trabalhadores, como também como medida no controle de infecção e, portanto, como segurança para os seus pacientes/clientes.
Entendemos que esse tipo de trabalho ainda não se transformou em política orientada pelos Ministérios da Saúde ou do Trabalho, porém, cabe às instituições que trabalham pelo interesse da saúde dos trabalhadores lutar por toda e qualquer ação e mobilização que tenham como objetivo proteger os trabalhadores dos riscos no seu ambiente de trabalho