Conhece a percepção dos pais dos recém-nascidos frente aos dispositivos invasivos utilizados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Quando a criança nasce prematuramente apresenta características específicas e vulnerabilidade clínica, precisando ser internada na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). Para a operacionalização do cuidado nessa unidade, são necessárias medidas abrangentes, envolvendo cuidados com os pais. Portanto, os profissionais envolvidos no processo precisam de saberes e fazeres específicos, em que sejam salientadas habilidades técnicas, experiência clínica, sensibilidade, competência e responsabilidade com o cuidar.
A internação do Recém Nascido (RN) na UTIN exige cuidados especializados, bem como a compreensão dos pais, que são surpreendidos com o risco eminente à vida do filho, surgindo sentimentos de angústia, desespero, insegurança, incapacidade, culpa, medo associados a um ambiente desconhecido, com sons, procedimentos e equipamentos incomuns. Além disso, o ambiente da UTIN é bem diferente do intrauterino, com excesso de luminosidade, de ruídos, além de procedimentos invasivos e manuseio constante da criança. Esses fatores podem acarretar prejuízos físicos e neurológicos ao RN, elevando o risco de desenvolvimento de distúrbios comportamentais relacionados ao estresse, à dor e ao desconforto.
Ademais, a construção do vínculo entre pais e RN também pode ser afetada, pois o afastamento pode fragilizar os laços. Portanto, é importante que os laços de amor, carinho e cuidados aconteçam, sendo que, muitas vezes, esses se fortalecem diante da maior dificuldade com as necessidades impostas pela situação adversa vivida pelo RN.
Assim, observa-se que a internação do RN na UTIN afeta pais e filhos, pois em meio aos cuidados são necessários procedimentos invasivos, associados a inúmeras técnicas, como punções venosas, sondagens orogástricas e vesicais, curativos, aspiração de vias aéreas e intubação orotraqueal. Tais procedimentos podem gerar alterações comportamentais e fisiológicas como taquipneia, taquicardia, diminuição na saturação de oxigênio, aumento da pressão arterial e da pressão intracraniana, além das mudanças de comportamento, como movimentos corporais, expressão facial de dor, padrão de sono, vigília e choro. Nessa conjuntura, objetivou-se conhecer a percepção dos pais de recém-nascidos frente aos dispositivos invasivos utilizados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.