Universidades Promotoras da Saúde: Práticas Colaborativas e Solidárias Para Fins Coletivos

19 de agosto de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa as iniciativas de Promoção da Saúde desenvolvidas nas Instituições de Ensino Superior vinculadas à Rede Brasileira de Universidades Promotoras da Saúde.


A Promoção da Saúde (PS) descortina uma nova abordagem à saúde uma vez que institui um processo capacitador da comunidade para atuar na melhoria da qualidade de vida, estabelecendo, assim, uma coparticipação, entre a pessoa e o Estado. Dessa forma, a maneira de se pensar a saúde, tem passado por reflexões e reformulações em suas políticas e práticas.

Foto: Governo Rio Grande do Sul.

A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), instituída em 2006 por meio da Portaria MS/GM nº 687 e revogada em 2017, representou um compromisso estatal no Brasil. Seu principal objetivo era a expansão e o aprimoramento das iniciativas de PS nos serviços de saúde e na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), considerou-se os Determinantes e Condicionantes de Saúde para reorganizar estrategicamente esse cenário. Essa política foi concebida para fomentar as ações intersetoriais, promover a colaboração entre distintos setores e estabelecer parcerias que viabilizassem a implementação das atividades promotoras da saúde.

Sob a perspectiva da intersetorialidade e da promoção de ambientes propícios à saúde, destaca-se a responsabilidade social das Instituições de Ensino Superior (IES) em relação ao cuidado com a saúde da comunidade acadêmica e do seu entorno. Ambientes favoráveis exercem uma influência positiva na saúde e na qualidade de vida daqueles que frequentam, trabalham e convivem neles. As IES desempenham um papel fundamental ao contribuir para a construção, disseminação e aplicação de conhecimentos sobre a PS, ampliando a compreensão dos processos de saúde.

Nesse contexto, o movimento das Universidades Promotoras de Saúde (UPS) se empenha na implementação de políticas colaborativas e solidárias, com o objetivo coletivo de preservar a sociobiodiversidade e promover a participação ativa dos indivíduos na condução de sua própria saúde. Em 2018, a oficialização da Rede Brasileira de Universidades Promotoras da Saúde (REBRAUPS) pela Universidade de Brasília (UNB) constituiu um marco significativo, unindo 19 instituições afiliadas comprometidas com o bem-estar da comunidade. Essas instituições possuem projetos sólidos que criam ambientes acolhedores para aqueles que dedicam uma parte crucial de suas vidas à dinâmica proposta pela rede de UPS.

Este estudo se fundamenta na inserção da “Promoção da Saúde” na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde (ANPPS), especificamente no eixo 18, e busca examinar se as ações implementadas estão em conformidade com os princípios da PS. Além disso, visa verificar a receptividade das práticas promotoras da saúde pela comunidade acadêmica, e entender de que forma as escolhas saudáveis podem contribuir para o apoio à saúde global. Uma justificativa adicional para este estudo é a percepção de que os futuros profissionais terão um papel relevante no desenvolvimento e na defesa de políticas de saúde futuras, assim como nas decisões a respeito delas.

Sob essa perspectiva, o questionamento central deste estudo é: Como as ações de PS conduzidas nas IES afiliadas à REBRAUPS têm impactado a saúde da comunidade acadêmica?

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