Trabalho Interdisciplinar e Condições de Trabalho de Enfermeiros Que Atuam na Atenção Primária à Saúde

25 de março de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Discute acerca do trabalho interdisciplinar na prática do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde e as suas condições de trabalho.


A valorização da profissão é indispensável, para que os profissionais se sintam respeitados, instigados a se empenhar no exercício da enfermagem e estimulados a crescer profissionalmente, assim corroborando com uma assistência em saúde de qualidade. No entanto, a vivencia no ambiente de trabalho nem sempre é positiva, decorrente de relacionamentos conflituosos com outros membros da equipe, condições inadequadas de trabalho, alta demanda de trabalho e baixo percentual de profissionais com formação adequada.

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O enfermeiro desempenha um importante papel na assistência e cuidado da população, através das ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Em conjunto com a equipe multidisciplinar da Atenção Primária à Saúde (APS), promovem cuidado integral, através de uma assistência continuada e escuta qualificada, considerando a singularidade de cada sujeito. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) têm-se um quantitativo de 656.384 enfermeiros no Brasil, dados atualizados entre março e abril do corrente ano.
A enfermagem vem conquistando mais autonomia na gerência do cuidado ofertado na APS, ocupando um papel indispensável na atenção à saúde. Com um quantitativo expressivo de profissionais que cada vez mais estão atuantes frente as questões políticas e sociais que envolvem o fortalecimento da categoria, os enfermeiros buscam reconhecimento e valorização.
Contudo, alguns estudos ainda afirmam que o profissional de enfermagem que atua na APS tem sua prática realizada de forma limitada, justificando-se pela mínima autonomia profissional no ambiente de trabalho, tendo em vista que os profissionais médicos possuem maior autonomia. Consequentemente, a sociedade por vezes não reconhece a importância da atuação profissional do enfermeiro na atenção à saúde, considerando-o submisso a figura médica.
As condições de trabalho interferem diretamente nas práticas assistenciais, pois por vezes os enfermeiros enfrentam jornadas de trabalho exaustivas, salários ínfimos e sucateamento dos serviços públicos de saúde. Além disso, os setores de trabalho se encontram com déficit na qualidade e quantidade de profissionais, carência de insumos básicos, infraestrutura defasada.
No dia a dia, a equipe de enfermagem desenvolve muitas atribuições que necessitam de capacitações, a exemplo da realização da consulta de enfermagem. Sobre isso, estudo aponta que esta prática não tem sido realizada de maneira efetiva por muitos dos profissionais. Dentre as várias atividades desenvolvidas e a insuficiência de conhecimentos, surge a necessidade de pôr em prática a Educação Permanente, como forma de suprir as carências desses profissionais.
Nesse sentido, a atuação da enfermagem é afetada, e isso pode contribuir para perpetuar a desvalorização da profissão, a redução do estímulo e motivação para o trabalho, interferindo até mesmo na saúde mental, com o surgimento de sentimentos de medo e incerteza profissional. Vale ressaltar a importância do apoio entre os membros da equipe, da parceria e profissionalismo que permitem a execução das atividades de maneira satisfatória.
Considerando estas reflexões e a busca pela valorização da profissão, objetiva-se com este estudo discutir acerca do trabalho interdisciplinar na prática do enfermeiro na APS e as suas condições de trabalho.
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