Identifica, na literatura científica, como as teorias de Enfermagem têm sido utilizadas nos cuidados de Enfermagem a hipertensos.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica multifatorial caracterizada pelos elevados níveis da pressão arterial e está associada a diversas alterações funcionais e estruturais em órgãos-alvo como cérebro, coração, rins e vasos sanguíneos. Essa patologia tem apresentado altos índices de prevalência e baixas taxas de controle, sendo considerada como um dos principais fatores de risco à saúde modificáveis e uma das principais problemáticas de saúde pública no Brasil e no mundo.
A HAS resulta em perda do bem-estar biopsicossocial e exige dos hipertensos mudanças no estilo de vida para evitar as possíveis complicações relacionada à essa doença. Diante disso, para o alcance de comportamentos saudáveis, é necessária abordagem multidimensional que considere as repercussões da HAS nos aspectos biopsicossociais dos sujeitos por ela acometidos.
Nesse contexto, os cuidados de enfermagem são fundamentais para auxiliar as pessoas com hipertensão em seu processo de autocuidado e enfrentamento da doença. A Enfermagem, como ciência e tecnologia, dedica-se ao cuidado com abordagem holística, tanto no âmbito individual quanto coletivo, para atender as necessidades de saúde dos sujeitos. Pauta-se em sistemas de linguagem e saberes próprios, que são ferramentas fundamentais para nortear os cuidados de forma sistemática, resolutiva e interativa, bem como oportunizam o aprimoramento da assistência de enfermagem prestada ao hipertenso norteado pelo cuidado individualizado e integral.
Dentre tais ferramentas, há as teorias de enfermagem, que possibilitam fundamentar e sistematizar o cuidado à proporção que guiam o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e aplicação do Processo de Enfermagem (PE) a partir de pressupostos e fundamentos centrados no paciente e na Enfermagem como promotora de cuidados integrais e holísticos, o que fornece embasamento essencial à prática autônoma, resolutiva e baseada em evidências científicas.
As teorias de enfermagem podem ser descritas como um conjunto de conceitos, definições ou pressupostos inter-relacionados que apresentam uma forma sistemática de observar, descrever ou prever os fenômenos/eventos, e, a partir disso, explicar ou propor as correlações entre eles. Podem pertencer às categorias de necessidades/problemas, de interação, dos sistemas e do campo de energia.
Frente a isso, acredita-se que a implementação de teorias de enfermagem na prática assistencial do enfermeiro na atenção à saúde de hipertensos proporciona um olhar holístico e crítico para as necessidades e potencialidades desses sujeitos, de maneira a direcionar intervenções adequadas às características destes. Assim, diante da escassez de estudos que discorrem sobre utilização de teorias de enfermagem nos cuidados de enfermagem a hipertensos, torna-se relevante o desenvolvimento de novos estudos sobre essa temática, visto que isso possibilitará (re)pensar sobre cuidados de enfermagem, de forma a estimular aprimoramentos e fortalecimento da assistência à saúde desempenhada pelo enfermeiro a essa população.
Ante ao exposto, objetivou-se identificar, na literatura científica, como as teorias de enfermagem têm sido utilizadas nos cuidados de enfermagem a hipertensos.