Analisa a inserção das tecnologias cuidativo-educacionais na práxis dos enfermeiros que atuam em um hospital universitário.
Em âmbito hospitalar observa-se profundas e constantes mudanças, com a crescente e acelerada inovação tecnológica, que disponibiliza aos profissionais da saúde e usuários, os mais diversos tipos de tecnologias, onde destacam-se as tecnologias educacionais, tecnologias gerenciais e tecnologias assistenciais. As tecnologias fazem parte da enfermagem inserindo-se no contexto de trabalho em saúde, principalmente em hospitais. Este cenário é constituído por diversos tipos de tecnologias, as quais se modificam constantemente, de modo a exigir dos profissionais o desenvolvimento de aptidão para lidar com as mesmas de forma precisa e eficaz.
Nesta era tecnológica por vezes a concepção do termo tecnologia ainda tem sido utilizado de forma enfática, incisiva e determinante, porém equivocada, pois tem sido vista somente como um produto ou equipamento. Os conceitos de tecnologia são vários, sendo desde um conhecimento científico, sistematizado, organizado, aplicado e prático – o que requer a presença humana e se concretiza no ato de cuidar, até uma concepção transformadora e emancipatória dos sujeitos. As tecnologias cuidativo-educacionais são tratadas nesta pesquisa como um conjunto de saberes/conhecimentos científicos, que sustentam a operacionalização do processo de cuidar e educar do outro de modo direto e indireto na práxis do enfermeiro, a partir da experiência cotidiana e da pesquisa dentro de uma perspectiva crítica, reflexiva, criadora, transformadora e multidimensional entre os seres humanos e o meio em que se inserem. Objetivou-se analisar a inserção das tecnologias cuidativo-educacionais na práxis dos Enfermeiros que atuam em um Hospital Universitário. Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, do tipo descritivo e exploratório, desenvolvida com 21 enfermeiras de um Hospital Universitário do Rio Grande do Sul.
A coleta de dados ocorreu por meio de observação não participante e entrevista semiestruturada no período de março a dezembro de 2015. A análise e interpretação dos dados ocorreu por meio da Análise de Conteúdo. Foram respeitados os aspectos éticos conforme a Resolução 466/2012. Emergiram como resultados a concepção das enfermeiras acerca do conceito que estas atribuíram aos termos: tecnologias, tecnologia de cuidado, educacionais e cuidativo-educacionais. Percebeu-se a hegemonia da concepção reducionista a máquina, ferramenta, artefato nos discursos das participantes, contudo, algumas enfermeiras consideraram como possibilidade tecnológica, o conhecimento do profissional. A tipologia cuidativo-educacional foi vista como o entrelaçamento do cuidar-educar e educar-cuidar, onde uma não pode (co)existir sem a outra.
No contexto do trabalho hospitalar, os folders, manuais, cartilhas, web site, entre outros, desprenderam possibilidade cuidativo-educativa, logo, havendo a inter-relação pessoa-pessoa , pessoa-ferramenta ou pessoa-universo. Como contribuição, as Tecnologias Cuidativo-educacionais permitem o desenvolver ou fortalecer da autonomia dos sujeitos envolvidos no processo saúde-doença, tendo como fundamento, o empoderamento do ser humano sob sua condição de vida na sua multidimensionalidade.