Do século XVI ao XVIII as mulheres pariam em casa com a ajuda de parteiras, comadres e curiosas que colaboravam com o nascimento do neonato de maneira não intervencionista. Assim, a gestante era protagonista no processo de parturição. O que possibilitava uma vivência mais intensa. Humana. Afetiva. Familiar e pessoal deste processo.
Com o advento do capitalismo no Brasil ao raiar do século XIX, o surgimento do fórceps e a aceitação da obstetrícia como disciplina técnica, científica e dominada pelo homem, o parto passa a ser identificado como um evento perigoso e patológico para a mulher e o feto, sendo assim essencial a presença do médico no processo de parturição.
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Inicialmente os médicos assistiam as parturientes em casa com a participação das parteiras. Contudo, a ideia de risco de vida para a mulher e o recém-nascido nos partos em domicílio era bastante discutida entre os obstetras, gerando, pois, a necessidade da hospitalização da gestante no momento do parto e, por conseguinte, o surgimento das maternidades.
A conquista da realização do parto hospitalizado e a criação de maternidades, tiveram resultados significativos, tais como a redução de óbitos maternos e neonatais, de modo que foram sonegados a individualidade e autonomia das mulheres.