Associa as síndromes hipertensivas específicas da gestação (SHEG) com desconforto respiratório agudo em recém-nascidos.
As síndromes hipertensivas específicas da gestação (SHEG) integram um conjunto de alterações que eleva os riscos de complicações na gestação, com resultados significativos nos indicadores de morbimortalidade materna e neonatal, acarretando limitações definitivas para a mulher e problemas graves ao recém-nascido (RN).
A hipertensão arterial é a intercorrência mais frequente no período gestacional e puerperal, sendo considerada a primeira causa de mortalidade materna no Brasil, sobretudo, quando desenvolve suas formas mais graves, tais como a eclampsia e a síndrome de HELLP. A SHEG pode afetar de 2 a 10% de todas as gestações, entretanto, essa prevalência pode variar conforme a população estudada e os critérios para definição do diagnóstico, e a preponderância das SHEG pode variar de 5% a 17% nas gestações. Em um estudo realizado em um serviço de Referência Secundária de um município do estado de Minas Gerais, identificou que o motivo mais prevalente de encaminhamento para pré-natal de alto risco, foi a SHEG (19%).
A melhoria nas condições de saúde materna e redução da mortalidade materna estão inclusas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), todos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). A sobrevida materna aumentou significativamente com a redução da taxa de óbito materno de 45% em nível mundial. Porém, mesmo com esse progresso, centenas de mulheres ainda morrem diariamente durante a gestação e em decorrência de complicações relacionadas ao parto. Em 2013, a maioria dos óbitos maternos ocorreu em países em desenvolvimento, com aproximadamente 289.000 óbitos, sendo a maior parte destas mortes evitáveis.
O Brasil participa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e tem como meta, até 2030, a redução da mortalidade neonatal para menos de 12 por 1000 nascidos vivos. A maioria dos óbitos na infância acontece no primeiro ano de vida, especialmente no primeiro mês, sendo a prematuridade a principal causa de mortalidade no Brasil. Contudo, é evidenciada a importância de uma assistência de saúde de qualidade para prevenir os fatores de risco relacionados à gestação, ao parto e ao pós-parto.
As SHEG podem acarretar complicações graves para saúde materna, além de complicações para os recém-nascidos, como a prematuridade, baixo peso ao nascer, infecção neonatal, restrição do crescimento intrauterino, índice de apgar baixo no 1º e no 5º minuto de vida, óbito fetal/neonatal.
Mediante o exposto, o presente estudo tem como objetivo associar as SHEG com desconforto respiratório agudo em recém-nascidos em um hospital de referência em gestação de alto risco da região central do Brasil.