O Sarampo Entre Sociedades Indígenas Brasileiras e Algumas Considerações Sobre a Prática da Saúde Pública Entre Estas Populações

27 de março de 2019 por filipesoaresImprimir Imprimir


É indubitável o papel exercido pelas doenças infecciosas de caráter epidêmico no delineamento do quadro demográfico atual. Até mesmo da organização social de significativa parcela da população indígena brasileira. Dentre estas destaca-se o sarampo, dado os elevados índices de morbi-mortalidade verificados, a sua alta transmissibilidade (não raramente disseminando-se por várias aldeias de uma região em curto período de tempo). Ao mesmo tempo que se observa o quadro desolador que, via de regra, caracteriza o período pós-epidêmico.

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A acentuada da população observada leva a uma desorganização da estrutura social, assim como a ocorrência de profundas alterações no padrão de assentamento, economia e base de subsistência.

Tal impacto levou muitos antropólogos e profissionais da área da saúde a sugerirem a existência de uma maior suscetibilidade, geneticamente determinada, a infecções viróticas. Apesar da existência de várias evidências que apontam nesta direção, tal hipótese não foi ainda confirmada. Outras variáveis devem ser levadas em conta na busca de uma explicação para a excessiva mortalidade observada durante essas epidemias. O estado nutricional da população, como a organização social e cultural, no que se refere ao sistema de crenças e práticas médicas.

O presente trabalho apresenta uma revisão da literatura médico-antropológica sobre o sarampo entre populações indígenas brasileiras. Entre os principais fatores que, de certa forma, parecem estar relacionados às excessivas taxas de morbimortalidade observadas.

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