Fim de semana, feriado ou até mesmo em dias úteis há pessoas que abusam do consumo de bebidas alcoólicas. Acabam dessa forma se esquecendo dos problemas nocivos que o excesso de álcool pode causar a saúde. Segundo pesquisa divulgada e realizada no ano de 2016 pela Organização Mundial da Saúde. Informa que mais de três milhões de pessoas morreram pelo alto consumo de álcool.
Leia Mais:
Representa uma em cada 20 mortes, sendo mais de três quartos delas homens. No geral, o consumo do álcool causa mais de 5% da carga global de doenças. Em entrevista ao portal “A Crítica”, o enfermeiro, especialista em Práticas de Promoção da Saúde, Dr. Alfredo Almeida Pina Oliveira, afirma que apesar do consumo do álcool ser muito comum, existem outros problemas que podem ser reduzidos ou evitados.
“Os riscos dependem de diversos fatores como quantidade de álcool consumida, padrão de consumo, vulnerabilidade (genética, psicológica, social), presença de doenças prévias e/ou uso de medicamentos, outros hábitos de saúde e etc”. Diz o profissional, que complementa ao informar que o consumo nocivo do álcool está fortemente relacionado com cerca de 200 tipos de doenças. Segundo a pesquisa da OMS, todas as mortes atribuíveis ao álcool, 28% são resultado de lesões, como as causadas por acidentes de trânsito, autolesão e violência interpessoal. Dos problemas de saúde 21% se devem a distúrbios digestivos, 19% a doenças cardiovasculares e o restante por doenças infecciosas, câncer, transtornos mentais e outras condições de saúde.
Algumas doenças são totalmente atribuíveis a bebida, como por exemplo, a síndrome de dependência. Enquanto que outras têm uma grande parcela atribuível ao álcool. Em 48% de todos os casos de cirrose estima-se que a causa seja o consumo de álcool. No caso de lesões no trânsito, câncer de boca e pancreatite, mais de 25% dos casos é atribuível ao álcool. Mas o profissional ressalta que o alto consumo de bebida alcoólica não causa problemas apenas a saúde de quem bebe, mas como dos familiares em sua volta. Problemas de relacionamento, violência, negligência, gastos e perda de patrimônio da sociedade como um todo. Acidentes de trânsito, prisão, redução da produtividade no trabalho, custos judiciais e para o Sistema Único de Saúde.
Mas o profissional informa que em alguns casos não é necessário parar de ingerir bebida alcoólica, porém é necessário ter o consumo moderado e respeitar os limites. Ele indica a quantia que cada pessoa deve ingerir. “O consumo moderado para os homens é de até quatro doses de etanol ou “álcool puro” em único dia. Não mais de 14 doses por semana. Já mulheres e idosos devem se limitar a três doses em um único dia e não ultrapassar sete doses por semana. Uma dose corresponde a 14g de “álcool puro” e equivale aproximadamente a 350 ml de cerveja ou chope, 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado.
É muito importante lembrar que existem as situações em que o consumo deve ser “zero”, pois ainda que seja uma quantidade pequena de álcool pode representar um risco à saúde de quem o consome. A recomendação “álcool zero” destina-se ao público menor de 18 anos, gestantes ou mulheres que estão tentando engravidar, condutores de veículos, operadores de máquinas, pessoas que tem algum problema de saúde que possa ser agravado pelo consumo de álcool ou que façam uso de medicamentos que apresentem interação com o álcool ou ainda indivíduos que não conseguem controlar seu consumo.
Com relação aos problemas de saúde relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas. Existe a questão do efeito do “álcool puro” em si. Outros problemas de saúde podem estar relacionados aos diversos elementos presentes nas bebidas alcoólicas. Em suma incluindo produtos tóxicos que podem estar presentes naquelas bebidas de má qualidade, como, por exemplo, o metanol, que em casos extremos pode até levar à morte.
Após o alto consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica é natural que as pessoas sintam a temível ressaca no dia seguinte. A ressaca é uma intoxicação aguda pelo consumo do álcool que se manifesta por meio de sintomas como dor de cabeça, dor de estômago, náuseas, sensibilidade a luz, fadiga, tontura, boca seca e etc. O tipo de bebida, o intervalo de tempo, fatores psicológicos e outros aspectos podem intensificar os sintomas da ressaca.
Para diminuir ou até mesmo cortar o efeito do mal estar, algumas pessoas recorrem a fóruns de internet para encontrar alguma solução. Segundo Alfredo não existe substância que “neutralize” o álcool consumido. “Não existe, por esse motivo, beber bastante água é importante para ajudar o organismo a se recuperar dos danos do álcool, melhorar alguns sintomas incômodos e evitar a desidratação associada ao consumo deste. Sucos naturais, chás naturais e água de coco podem ser boas alternativas para hidratar-se. A ingestão de alimentos pode afetar a absorção do álcool pelo organismo, bem como os sintomas gastrointestinais”, diz.
A receita para evitar a ressaca é evitar excessos. Medicamentos anunciados como “antirressaca” são compostos por substâncias para tratar os sintomas. Analgésico para a dor de cabeça, antiácido e antieméticos para o desconforto no estômago e a náusea, cafeína para a fadiga e o sono. Dessa forma, eles não protegem da intoxicação, nem previnem suas complicações e ainda podem mascarar os sintomas. Dificultando a percepção sobre a intoxicação, favorecendo o aparecimento de problemas de saúde relacionados ao consumo de álcool e aumentando a chance de efeitos colaterais
Entretanto há aqueles que têm dificuldades de metabolizar o álcool. Esse é o caso de quem apresenta deficiência das enzimas responsáveis por esse processo. Nessas situações, conhecer bem o próprio organismo ajuda e o mais recomendado é não consumir bebidas alcoólicas.
Mas o profissional informa que para curar a ressaca é um passo cuidadoso a ser dado. Implica em problemas relacionados ao álcool e podem ser avaliados pelo seu médico para uma avaliação mais cuidadosa.
Ele dá as dicas:
• Se pertencer à categoria “álcool zero”, não consuma álcool.
• Se tiver algum problema de saúde ou faz uso de medicamentos: consulte seu médico para saber sobre as contra-indicações. Siga corretamente as orientações de seu médico e ou de outros profissionais de saúde.
Fonte: [1]