Reorganização da Assistência Pré-hospitalar Móvel na Pandemia de Covid-19

19 de novembro de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descreve a reorganização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belo Horizonte durante a pandemia do novo coronavírus.


A descoberta de um novo tipo de coronavírus (SARS-CoV-2), após casos de pneumonia em Wuhan, na China, deixou o mundo em estado de alerta, pois rapidamente esse vírus se espalhou para diversos países. Devido à sua alta transmissibilidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença causada por esse vírus e denominada de Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) constituiu-se numa emergência de saúde pública, uma pandemia.

Reorganização da Assistência Pré-hospitalar Móvel na Pandemia de Covid-19

Reorganização da Assistência Pré-hospitalar Móvel na Pandemia de Covid-19. Foto: Divulgação

O primeiro caso confirmado da COVID-19 no Brasil ocorreu oficialmente no dia 26 de fevereiro de 2020, momento em que países onde a pandemia já estava instalada vivenciavam a superlotação das unidades de saúde, a falta de equipamentos para a assistência e até escassez ou uso inadequado de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde, levando à contaminação, ao adoecimento e mesmo ao óbito desses profissionais.

Um dos maiores desafios da COVID-19 é o fato de ser uma patologia nova. Organizações internacionais e nacionais – tais como Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Ministério da Saúde (MS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), dentre outras – têm divulgado recomendações com base na aplicação dos planos de contingência da influenza devido a semelhanças clínicas e epidemiológicas dessas doenças. Assim, o insuficiente conhecimento sobre o SARS-CoV-2, sua alta virulência, associado com a possibilidade de causar óbitos nos indivíduos infectados geram incertezas acerca dessa pandemia, sobretudo entre os profissionais de saúde particularmente susceptíveis à contaminação e atuantes na assistência a pacientes com o novo coronavírus.

Essa realidade tem causado graves impactos na saúde pública, o que levou a mudanças abruptas na organização das instituições de saúde, bem como na forma de assistir as pessoas infectadas por esse agravo.

Assistência Pré-hospitalar Móvel na Pandemia de Covid-19

A experiência de diversos países evidenciou um elevado número de casos da COVID-19. Muitos dos pacientes acometidos podem evoluir para situações de emergência no ambiente extrahospitalar ou necessitar de transferências inter-hospitalares para unidades de maior complexidade, contexto no qual se destaca o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), um serviço de atendimento pré-hospitalar móvel público, implantado pelo Ministério da Saúde em 2003. Sabe-se que a assistência pré-hospitalar móvel possui particularidades que podem tornar seus profissionais mais vulneráveis durante pandemias como a da COVID-19.

Diante da expectativa de aumento de demanda pelos cuidados de saúde e da exposição dos profissionais ao novo coronavírus, foi necessária a reorganização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belo Horizonte (SAMU-BH) e adequação dos processos de trabalho. Optou-se pelo uso da ferramenta de qualidade Plan-Do-Check-Act (PDCA), que é uma metodologia com foco na melhoria contínua de processos e é recomendada por se tratar de um guia fácil de solução de problemas.

Com o foco na segurança dos profissionais e dos pacientes, todas as ações foram planejadas tendo por base evidências técnicas e científicas disponíveis e que são frequentemente avaliadas e ajustadas, pois sabe-se que a evolução da pandemia é dinâmica e adaptações provavelmente serão necessárias.

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