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Relógio dos Privilégios, Branquitude e Gênero: Inovando a Visualização das Disparidades Salariais da Enfermagem Brasileira

13 de agosto de 2025 por filipesoaresImprimir Imprimir

Desigualdade Salarial na Enfermagem: o que o “Relógio dos Privilégios” tem a nos mostrar?


Você já parou para pensar como raça, cor e gênero influenciam diretamente nos salários de profissionais da Enfermagem no Brasil? Um estudo recente trouxe à tona dados impressionantes sobre as disparidades salariais na categoria – e propôs uma forma inovadora e visual de entendê-las: o Relógio dos Privilégios.

Sentido do Trabalho Para Enfermeiros do Âmbito Hospitalar

Foto: Divulgação

O que foi analisado?

A pesquisa analisou mais de 9 milhões de registros formais de emprego de profissionais da Enfermagem, coletados entre 2013 e 2022 por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). O objetivo foi claro: entender como raça/cor e gênero se cruzam para impactar os salários desses trabalhadores.

E o que os dados revelam?

O resultado é alarmante, mas infelizmente não surpreendente: mulheres negras ocupam o grupo com maior desvantagem salarial. Em comparação, homens brancos, mulheres brancas e homens negros recebem mais – e precisam trabalhar menos tempo para alcançar os mesmos rendimentos que as mulheres negras.

Apesar de uma leve melhora ao longo do tempo, principalmente para homens (brancos e negros), a diferença salarial ainda é significativa – e persistente.

Uma nova forma de enxergar o problema: o Relógio dos Privilégios

Para facilitar a compreensão desses dados, os autores criaram o Relógio dos Privilégios – uma ferramenta visual que transforma os números em tempo de trabalho. Com ele, é possível ver claramente quanto cada grupo precisa trabalhar para atingir o mesmo valor de remuneração. A ideia é simples, mas poderosa: traduzir desigualdade em tempo de vida.

Por que isso importa?

Entender essas desigualdades é o primeiro passo para enfrentá-las. O Relógio dos Privilégios vai além da análise técnica e busca mobilizar reflexões e ações concretas. Ao mostrar como o tempo de trabalho varia entre os grupos, ele provoca uma pergunta importante: até quando vamos aceitar essas diferenças?

Esse estudo não apenas evidencia uma realidade injusta, mas também propõe uma nova forma de conscientizar e engajar trabalhadores, gestores e sociedade na luta por equidade salarial dentro da Enfermagem – e em outras profissões também.

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