Relação Entre Hábitos de Vida, Aspectos Clínicos e Pressão Arterial Média de Pacientes Com Hipertensão

28 de fevereiro de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a relação dos hábitos de vida e aspectos clínicos de pacientes com hipertensão com a pressão arterial média.


A hipertensão arterial é considerada um problema de saúde pública perante o número de pessoas em diversas partes do mundo acometidas por essa patologia. Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que o número de adultos entre 30 e 79 anos com hipertensão duplicou de 650 milhões em 1990 para 1,28 bilhão em 2019. E entre estes pacientes, 720 milhões não estão recebendo tratamento. Essa patologia é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) que são a principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais em todo o mundo, inclusive em países em desenvolvimento como o Brasil. Em 2017, dados completos e revisados do Datasus mostraram a ocorrência de 1.312.663 óbitos no total, com um percentual de 27,3% para as DCV, sendo que a hipertensão estava associada em 45% destas mortes.

Relação Entre Hábitos de Vida, Aspectos Clínicos e Pressão Arterial Média de Pacientes Com Hipertensão

Relação Entre Hábitos de Vida, Aspectos Clínicos e Pressão Arterial Média de Pacientes Com Hipertensão. Foto: Divulgação.

Investigação realizada pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2018 apontou que 24,7% da população residentes nas capitais brasileiras relatam diagnóstico de hipertensão. Trata-se de condição clínica multifatorial qualificada por níveis pressóricos sistólicos e diastólicos com valores ≥ 140 e/ou 90 mmHg respectivamente, podendo estar associada a fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais.
Portanto, a hipertensão é responsável por grande número de eventos cardiovasculares e cérebro-vasculares. Tal fato é atribuído ao não acompanhamento da doença,- consumo de álcool, uso excessivo de sal na dieta, não adesão a terapêutica medicamentosa e pressão arterial sistólica e diastólica não controlada.
Mediante recomendações, o tratamento inicia-se com a mudança do estilo de vida e a terapia anti-hipertensiva que objetiva a redução da pressão arterial no intuito de reduzir a mortalidade e a prevalência de doenças cardiovasculares tais como o controle do peso, medidas nutricionais, prática de atividades físicas, cessação do tabagismo, controle de estresse, entre outros.
O uso da medicação prescrita de forma correta e mudanças no estilo de vida são medidas necessárias para o controle de níveis pressóricos, incluindo os cuidados com dieta com restrição de sal, rica em proteínas, fibras, potássio, magnésio e cálcio, como frutas e legumes, feijão, nozes, grãos integrais e laticínios com pouca gordura, além da atividade física regular, abandono do tabagismo e do álcool.
Diante do exposto, torna-se fundamental avaliar se os hábitos de vida de pacientes hipertensos influenciam na pressão arterial média (PAM), identificando possíveis fatores de risco que possam acarretar complicações ou morte por essa patologia a pacientes acompanhados em uma Unidade Básica de Saúde.
Esses dados são relevantes, pois a detecção de comportamentos que trazem prejuízos à saúde desse público, corroborados com a literatura vigente, reforçam a necessidade de que o controle dos níveis de pressão vai muito além do uso da medicação, mas sim da adoção de novas práticas, a partir do envolvimento dos pacientes, familiares e equipes de saúde nesse processo. Para a práxis da enfermagem, a determinação de tais fatores colaboram para uma assistência mais centrada nos pacientes e suas necessidades, contribuindo para execução de ações de acordo com realidade de cada indivíduo.
Posto isto, objetivou-se analisar a relação dos hábitos de vida e aspectos clínicos de pacientes com hipertensão com a pressão arterial média.
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