Identifica, descreve e analisa a Infecção do Trato Urinário e sua recorrência em internação.
O panorama mundial demográfico tem sofrido grandes mudanças. O maior motivo foi o declínio das taxas de fertilidade e mortalidade, propiciando assim longa duração de vida para a população. O envelhecimento populacional, que antes só parecia possível em países desenvolvidos, já é uma realidade no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que em 2035 o grupo de pessoas idosas corresponda a 20,9% da população, enquanto em 2018 eram 13,4%, um aumento de 7,5% em 17 anos. A expectativa de vida para os que nascerão em 2040, é de 80 anos, sendo que os dados de 2003, são de 71,3 anos.
Tal mudança da pirâmide etária exige os seguimentos da saúde, educação, transporte e previdência social redimensionem os cuidados para atender esse novo perfil populacional. A Organização Mundial de Saúde (OMS), considera a pessoa idosa conforme o nível socioeconômico da nação à qual pertence. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, é definido idoso aquele que possui 60 anos ou mais e nos países desenvolvidos essa se estende para 65 anos. O idoso passa por um processo de modificações fisiológicas, morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que gera uma redução da manutenção da homeostasia, resultando em um indivíduo mais frágil e sujeito a doenças como as causadas por infecções.
A infecção do trato urinário (ITU) é a segunda infecção mais recorrente, e nos idosos institucionalizados é a mais comum, acometendo de 12% a 30% dessa população com pelo menos um episódio ao ano, além de ser a infecção mais comum por causar bacteremia e ser responsável por altos índices de morbimortalidade. Além disso, é a infecção mais comum em qualquer hospital dentre as Infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS), que são aquelas adquiridas por meio da atenção à saúde, durante a hospitalização, em procedimentos ambulatórias ou em domicílio, chegando a 40% do total das IRAS em alguns hospitais.
A ITU define-se por inflamação das vias urinárias, acompanhada de sintomas e bacteriúria (bactéria na urina), caracterizada por invasão e multiplicação de bactérias ou fungos em qualquer seguimento do Sistema Urinário, podendo acometer a parte inferior do trato urinário (cistites e uretrites) ou a parte superior do trato urinário, que são os rins e a pelve (pielonefrites). Nas cistites os sintomas encontrados são polaciúria, dor ou incomodo ao urinar, urgência miccional, dores na região da bexiga, hematúria e odor fétido na urina, enquanto as pielonefrites também são acompanhadas de febres e dores na região dos rins, sendo a forma mais grave da doença.
Existem três formas de o microrganismo causar ITU: pela via ascendente, caracterizada pelo alcance do microrganismo à uretra, bexiga, rins. A via hemática, que ocorre por meio da circulação sanguínea e linfática, podendo atingir os rins pelo sistema linfático, sendo a última mais rara.
A infecção do trato urinário é um tema de grande relevância por se tratar da mais incidente das infeções, também é caracterizada por sua recorrência, além disso traz diversas repercussões quando atinge a população idosa. Dessa forma é importante e necessário rastrear a incidência da recorrência de infecção do trato urinário nos idosos, para implementar programas preventivos e educativos evitando assim prejuízos aos idosos, diante dessa disso foi levantado seguintes questionamentos, qual a recorrência da infecção urinária nos idosos hospitalizados? Qual a caracterização do idoso acometido?
Perante o exposto, esse estudo objetivou analisar a Infecção do Trato Urinário, e sua recorrência em internação, além de caracterizar o perfil sociodemográfico, laboratorial e clínico dos idosos com Infecção Urinária.