Avalia a qualidade de vida de idosos, relacionando com condições gerais de saúde, satisfação com a vida, resiliência, apoio social e afetos positivos e negativos.
Diante das modificações sociais, políticas e econômicas, evidenciadas nas últimas décadas, a transição demográfica consolida o aumento na proporção de pessoas idosas. No Brasil, esse processo evolui de forma rápida e em um contexto de desigualdades sociais, no qual 14,3% da população é composta por idosos e, de acordo com as estimativas, em 2030 estes irão corresponder a aproximadamente 30 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
O envelhecimento constitui-se como um fenômeno propenso a mudanças fisiológicas que proporcionam uma redução natural de determinadas habilidades e capacidades. Ademais, inclui outros tipos de alterações, que podem se configurar nas relações sociais, aposentadoria, condições de moradia e o processo de morte de amigos e parentes. Deste modo, uma vez que o envelhecimento acelerado é uma realidade no Brasil, surge a necessidade de garantir atenção adequada a esses indivíduos a fim de promover um envelhecimento ativo e com qualidade de vida.
No que diz respeito ao envelhecimento, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) correspondem aos maiores índices de morbimortalidade na população idosa, a exemplo da hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e diabetes mellitus. As condições de saúde do idoso e sua qualidade de vida pode conduzir a desfechos adversos, resultando em uma busca maior pelos serviços de saúde.
A qualidade de vida é definida pela Organização Mundial da Saúde como “a compreensão do indivíduo acerca da sua introdução na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores em que ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Trata-se de um conceito amplo e que se relaciona a diversos aspectos, dentre os quais incluem-se a subjetividade e a multidimensionalidade.
A satisfação com a saúde, autoestima, bem-estar, interações sociais, suporte familiar, controle cognitivo, capacidade funcional e autocuidado exemplificam domínios subjetivos que passam despercebidos na avaliação clínica, no entanto, são estes que apresentam a maior influência nos desfechos de saúde de pessoas idosas e, por isso, são imprescindíveis na avaliação entre os profissionais de saúde.
Com a demanda crescente por serviços de saúde, a cobertura das ações para os idosos deve estar centrada na investigação da qualidade de vida e nos cuidados coordenados de forma longitudinal, ordenando as redes e com profissionais de saúde capacitados para atender as particularidades dessa população. À vista disso, é na Atenção Primária à Saúde (APS) que essas intervenções podem ser construídas em longo prazo, com menor custo e maior efetividade, visto que irá proporcionar o bem-estar desse público e atingir longevidade com qualidade de vida.
Nesse contexto, o estudo tem o objetivo de avaliar a qualidade de vida de idosos comunitários e relacioná-la com condições gerais de saúde, satisfação com a vida, resiliência, apoio social e afetos positivos e negativos.