Qualidade de Vida em Hanseníase

23 de janeiro de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Mapeia e sintetiza as evidências científicas relativas à Qualidade de Vida de pessoas com hanseníase.


Devido ao seu potencial incapacitante a hanseníase repercuti negativamente nos aspectos psicológicos, sociais e físicos das pessoas com a doença diminuindo a capacidade funcional e provocando grande impacto na Qualidade de Vida (QV). Objetivo: mapear e sintetizar as evidências científicas relativas à Qualidade de Vida de pessoas com hanseníase.

Foto: Coren-SP

Método: trata-se de um estudo de scoping review cujo método seguiu as recomendações do Instituto Joanna Briggs (JBI). Utilizou-se a estratégia PCC (Paciente, Conceito e Contexto) para elaboração da pergunta norteadora e para a busca dos estudos nos seguintes recursos informacionais: MEDLINE/ PubMed, Cochrane Central, LILACS, Scopus, CINAHL, Web of Science, PsyINFO, Infolep e Google Scholar.

Resultados: foram incluídos na revisão 55 estudos de um total de 4453 publicações recuperadas. A maioria destes buscou descrever o impacto da doença na QV da população acometida durante o tratamento, bem como verificar a influência que os graus de incapacidade possuem nessa avaliação. Somente 9% (n=5) dos estudos utilizaram a avaliação da QV como desfecho de interesse após intervenção. Nas amostras predominou o sexo masculino e idade entre 18 e 60 anos. Observou-se que 88,1% dos estudos eram desenhos epidemiológicos de corte transversal; a maior prevalência das publicações ocorreu entre 2011 e 2016; 67,3% dos autores dos estudos não definiram o conceito de qualidade de vida adotado na investigação e 50,9% dos estudos avaliaram a QV utilizando o questionário WHOQoL-Bref; não foi encontrado nenhum instrumento específico para avaliação da QV de pessoas com hanseníase.

Conclusão: a percepção da QV se apresentou alterada na maioria dos estudos incluídos na atual revisão e a dimensão física foi frequentemente a mais prejudicada; características relacionadas à evolução da doença, tais como reações hansênicas, incapacidades, formas multibacilares, deformidades, estigma e dor, foram apontadas como influenciadoras da avaliação da QV; estudos que incluíram pacientes com diagnóstico precoce relataram altos escores condizentes com baixo impacto na QV; há escassez de estudos sobre a QV da população menor de 15 anos com hanseníase, assim como são poucos os estudos que incluem a avaliação da QV como medida de desfecho investigada em pesquisas de intervenção.

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