Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica: a Perspectiva dos Residentes

20 de outubro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Compreende a visão dos residentes quanto à implementação do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica.


Os cursos na saúde têm investido em modelos de formação crítico-reflexiva apoiados em inovações no processo ensino-aprendizagem, que sejam suficientes para contribuir com mudanças nos processos de trabalho.

Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica: a Perspectiva dos Residentes

Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica: a Perspectiva dos Residentes. Foto: Divulgação.

A interiorização da formação em saúde deu origem a cursos de especialização e programas de residência em enfermagem, que podem apresentar dificuldades para a efetiva implementação, e valorização dos profissionais da rede de serviços que atuam como preceptores. Desta forma, as avaliações dos processos de integração ensino-serviço podem ser necessárias para que os objetivos dos programas sejam alcançados. Logo, esta pesquisa objetivou compreender a visão dos residentes quanto à implementação do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica (PREO) no interior do Estado de Pernambuco (PE).

Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, que teve como unidade de análise o PREO situado em três maternidades regionais do interior de PE. A pesquisa foi realizada no período de julho a agosto de 2019. Foram realizadas entrevistas com quinze residentes do programa. As respostas foram gravadas e transcritas na íntegra, sendo submetidas ao método de análise de conteúdo de Bardin, com leituras minuciosas e, em seguida, categorizadas com suporte do programa Atlas.ti. Posteriormente, as duas análises foram comparadas para definição das categorias de análise. Foram entrevistados 100% dos residentes, que revelaram as seguintes fragilidades: na comunicação, na organização do programa, na parte teórica, no preparo dos hospitais, na falta de engajamento de muitos preceptores, na integração ensino-serviço e que a distância geográfica também pode dificultar essa integração. Como fortalezas do programa, destacaram- se: formação diferenciada, crescimento pessoal e profissional através das atividades práticas, e os incentivos para o cenário de aprendizagem. Em se tratando do processo de ensino-aprendizagem, de acordo com os residentes, o desenvolvimento depende de cada um deles e que é importante ser influenciado por atividades intercaladas entre o modelo teórico-prático e o preceptor. Com relação à educação permanente e à formação para se tornar preceptor, não foi conclusivo.

O PREO foi avaliado pelos residentes como positivo, pois trouxe vários benefícios para todos os atores envolvidos. As atividades teóricas não foram satisfatórias, segundo os residentes, provavelmente, devido ao fato de os preceptores não dominarem a utilização das metodologias ativas para a construção do processo de ensino-aprendizagem. Por fim, a fragilidade na comunicação entre ensino-serviço pode influenciar na formação do residente, sendo o preceptor um ator importante nesse processo. O estudo não é conclusivo quanto à solidez da formação da preceptoria, o que sugere o desenvolvimento de novas pesquisas que avaliem outros atores, como os preceptores e gestores.

Diante disso, o resultado da pesquisa foi enviado tanto para o hospital quanto para a coordenação do programa de residência. Em seguida, foi realizado uma oficina sobre planejamento com o intuito de fortalecer a integração ensino-serviço, a qual teve participação de preceptores, coordenadores do Programa de Residência e a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do hospital, cuja ação culminou em um momento produtivo de muita interação e construção de planejamento de integração ensino-serviço. O relatório desse momento, com todas as sugestões, foi enviado ao hospital e à coordenação do Programa de Enfermagem.

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