Analisa a prevalência de lesões por fricção em idosos com câncer e fatores associados.
Lesão por Fricção (LF) é considerada ferida traumática que ocorre, principalmente, nas extremidades de idosos, resultante de fricção ou combinação de fricção e cisalhamento, acarretando separação da epiderme e derme e/ou estruturas subjacentes. Decorrem, basicamente, da fragilidade cutânea. Estas lesões são dolorosas e acometem, sobretudo, pacientes com extremos de idade, em cuidados críticos, com doenças crônicas e que necessitam de auxílio para atividades de vida diária. Alguns pacientes que apresentam maior predisposição à ocorrência das LF, entre os quais estão os idosos, associada às alterações próprias do processo de envelhecer e às condições como mobilidade prejudicada, nutrição comprometida, necessidade de auxílio para atividades de vida diária e comorbidades, como o câncer.
Com o envelhecimento, é natural a fragilidade, a redução da elasticidade e espessura das camadas da pele, o déficit hidroeletrolítico, que favorece o ressecamento e a descamação da pele, tornando-a mais friável e susceptível a lesões, as quais se potencializam após 75 anos de idade. No contexto da doença neoplásica, idosos apresentam maior incidência de alterações cutâneas e, por isso, é maior o risco de desenvolvimento de LF, devido ao tratamento oncológico e à progressão da doença.
Estudo aponta prevalência das LF variando de 3,3% a 22%, normalmente, associada à idade avançada e à dependência para atividades básicas de vida diária. No Brasil, estudo realizado em 2010, com pacientes hospitalizados com câncer, encontrou prevalência de 3,3%, sendo 60% da amostra acima de 60 anos de idade.
As LF passam, muitas vezes, despercebidas, visto que são feridas traumáticas rasas. Juntam-se a essa problemática o fato de a epidemiologia das LF não está bem definida na literatura internacional e além da escassez de estudos no cenário nacional que avaliem a prevalência e os fatores associados a essas lesões. Assim, faz-se necessária a construção de novos conhecimentos na área, a princípio, por meio de estudos que determinem prevalência desse tipo de lesão na população idosa, especialmente, com câncer, haja vista que a literatura descreve maiores riscos neste grupo específico.
Acredita-se que os resultados deste estudo ofereçam subsídios epidemiológicos desse tipo de ferida e dos fatores associados em idosos com câncer, o que poderá direcionar práticas de prevenção e tratamento em serviços hospitalares de oncologia e, ainda, servir de indicador de qualidade para prática assistencial da enfermagem oncológica.
Portanto, objetivou-se analisar a prevalência de lesões por fricção em idosos com câncer e os fatores associados.