Práticas de Enfermagem na Atenção Primária Em Saúde Durante a Pandemia de Covid-19, Maranhão, Brasil

10 de abril de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Este estudo analisou vivências e práticas de enfermagem, de enfermeiros da APS em seis municípios do Maranhão, durante a pandemia da covid-19.


Nos últimos anos, diferentes e complexos problemas de saúde desafiaram globalmente a integridade da população e dos sistemas de atendimento. Entre os mais recentes, destaca-se o novo coronavírus (SARS-CoV-2), que se disseminou rapidamente no mundo e tornou-se pandêmico. Essa nova realidade repercutiu diretamente sobre a qualidade de vida e trabalho dos profissionais de saúde, especialmente nas práticas dos enfermeiros(as) da APS, que atuam em contextos de maior fragilidade.

Foto: Cofen.

Os serviços de saúde tiveram de se organizar para lidar com os casos de covid-19, revendo e reorganizando os fluxos dos processos de trabalho, que segundo Franco e Merhy consistem em um trabalho vivo, cuja bagagem subjetiva é própria dos seres humanos. Sendo esperado que mudanças aconteçam no processo de trabalho dos sistemas de saúde para cumprir sua função neste contexto pandêmico, com consequente impacto nas vidas tanto de profissionais, quanto de usuários.
 No Brasil, o elevado número de casos graves e complicações severas provocadas pela covid-19, tornou imprescindível o trabalho dos profissionais de enfermagem nos diferentes níveis de atenção à saúde, principalmente na linha de frente, onde atuaram com limitados recursos, falta de equipamentos de proteção individual e desassistência as suas demandas de apoio laboral, social e psicológico.
Na Atenção Primária em Saúde (APS) os desafios no para o enfrentamento da covid-19 se somaram aos previamente existentes e tornaram ainda mais evidentes as dificuldades estruturais e organizacionais das equipes de saúde da família, sobretudo nos contextos mais empobrecidos e com elevadas vulnerabilidades socioeconômicas, como observado em diferentes cidades do estado do Maranhão, Brasil.
O Maranhão tinha no início de 2021 cerca de 2.171 equipes de Saúde da Família (eSF), que garantiam cobertura de 85,4%. Porém, o estado ainda apresenta grandes desigualdades geográficas e econômicas que se expressão na organização e funcionamento das eSF.
O desempenho da APS no estado não tem avançado, ocorrendo até piora nas ações prioritárias para a saúde da mulher e criança nos anos anteriores a pandemia da COVID-19. Logo, a fragilidade da APS pode ter sido exacerbada com a pandemia, o que destaca a importância de estudos sobre as práticas de Enfermagem na APS, a qualidade de vida e trabalho dos enfermeiros no contexto pandêmico.
Diante desse cenário, o presente estudo analisou as práticas de enfermagem na APS no contexto da pandemia da covid-19 no Maranhão, identificando vivências de enfermeiras(os) no processo assistencial dos pacientes com e sem infecção pelo SARS-CoV-2, e nas atividades que fazem parte do escopo de ações da APS brasileira.
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