Perspectivas de Graduandos Em Saúde Sobre a Temática Minorias Sexuais e de Gênero na Formação

2 de agosto de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Caracteriza as perspectivas de graduandos da área de saúde sobre a temática minorias sexuais e de gênero na formação profissional.


A formação acadêmica de diferentes profissionais de saúde representa uma oportunidade relevante para o desenvolvimento de competências sensíveis à diversidade humana, em especial, ao promover o cuidado integral e equitativo da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, intersexos etc.

Perspectivas de Graduandos Em Saúde Sobre a Temática Minorias Sexuais e de Gênero na Formação

Perspectivas de Graduandos Em Saúde Sobre a Temática Minorias Sexuais e de Gênero na Formação. Foto: Divulgação.

Devido à heterogeneidade e especificidades relacionadas aos conceitos de sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual, optou-se por adotar a terminologia LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e qualquer outra pessoa que não tenha sido representada pelas outras iniciais), ao se referir ao conceito de minorias sexuais e de gênero, ressaltando que não se trata da noção de menor contingente populacional, mas na assunção de valores antagônicos àqueles considerados superiores e ou desejáveis em um determinado momento sociohistórico e cultural.

No cenário internacional, os Princípios de Yogyakarta norteiam a proteção dos direitos humanos relacionados à defesa de direitos das pessoas LGBT+ à luz da universalidade, interdependência, indivisibilidade e inter-relação dos direitos de todo ser humano, tendo a saúde sexual e reprodutiva como um recurso essencial para a construção de uma vida mais digna e justa.

Destaca-se que o Brasil é um dos países signatários desse marco legal internacional e busca avançar em políticas públicas de atenção à saúde com o intuito de garantir boas práticas para enfrentar as iniquidades nos sistemas de saúde vigentes, as vulnerabilidades no processo saúde-doença, as violências em diferentes aspectos, a negligência de cuidados e a estigmatização ao abordar esses grupos sociais.

Em particular, a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (PNSILGBTT) fundamenta a atuação dos profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS) com a finalidade de promover um cuidado universal, integral e equitativo em defesa da vida e da promoção da saúde frente à complexa articulação entre sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação ou práticas afetivas e sexuais.

Sendo assim, contribuir para a superação de práticas hegemônicas centradas na heterossexualidade e na identidade cisgênero implica em (re)pensar e problematizar a formação inicial dos profissionais de saúde e a inclusão de conteúdos e estratégias que abordem as minorias sexuais e de gênero em seus currículos, seus materiais educativos e suas atividades durante a graduação.

Portanto, torna-se necessário dialogar sobre a criação de espaços democráticos e inclusivos durante a vida acadêmica, favorecendo a não discriminação e a garantia de direitos para esses indivíduos, sem prescindir de suas famílias e comunidades.

Com base nesse contexto, fundamentou-se na PNSILGBTT por apresentar uma perspectiva da defesa de direitos humanos e da determinação social do processo saúde-doença e cuidados sensíveis às necessidades desses grupos sociais para compreender “como minorias sexuais e de gênero são referidas pelos graduandos da área de saúde com base em suas vivências acadêmicas?”. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi caracterizar as perspectivas de graduandos da área de saúde sobre a temática minorias sexuais e de gênero na formação profissional.

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