Perfil de Recém-Nascidos e Fatores Associados Ao Período de Internação Em Unidade de Cuidados Intermediários

27 de julho de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Conhece o perfil de recém-nascidos hospitalizados em Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais e associar fatores maternos e neonatais com o tempo de hospitalização.


O período neonatal compreende os primeiros 28 dias de vida de uma criança e é considerado vulnerável por constituir o maior componente de mortalidade infantil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 70% das mortes infantis ocorrem no período neonatal, principalmente na primeira semana de vida.

Perfil de Recém-Nascidos e Fatores Associados Ao Período de Internação Em Unidade de Cuidados Intermediários

Perfil de Recém-Nascidos e Fatores Associados Ao Período de Internação Em Unidade de Cuidados Intermediários. Foto: Divulgação.

A mortalidade neonatal ainda é fator preocupante para vários países no mundo, todavia, importante apontar que a evolução nos cuidados tecnológicos em ambientes neonatais tem proporcionado a sobrevida e a recuperação de muitos recém-nascidos gravemente doentes. Nestas situações de risco de vida, a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é o serviço hospitalar responsável pelo cuidado integral e recuperação do recém-nascido, considerando sua estrutura de alta densidade tecnológica e profissionais capacitados para prestar assistência especializada.

Cuidados Intermediários Neonatais

Passado o período crítico de risco de morte, muitos recém-nascidos precisam de um suporte antes de receberem alta para o domicílio, inclusive sua família para o aprendizado para o cuidado do filho quando chegar em casa. Neste contexto, a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN) se faz importante, por ser um serviço de atenção hospitalar destinado a atender recém-nascidos de médio risco e que precisam de assistência contínua, mas de menor complexidade, quando comparado a assistência na UTIN.

A UCIN é uma unidade de suporte para bebês após a alta da UTIN, e para aqueles que necessitam de cuidados intermediários, como um suporte ventilatório não invasivo, necessidade de ganho de peso, estabilidade metabólica e acompanhamento clínico de baixa densidade tecnológica. Além disso, se refere a um local onde as famílias deverão ser preparadas para o exercício do cuidado do filho que ficou hospitalizado.

A perspectiva de atenção em UCIN deve ter por base a Atenção Humanizada ao Recém-nascido, com abordagem voltada para o acolhimento à família, a promoção do vínculo e do aleitamento materno e do acompanhamento ambulatorial após a alta, configurando-se, assim, como estratégia de qualificação do cuidado neonatal.

A oferta do cuidado humanizado e a participação efetiva das famílias nesse processo, possibilita a prestação de serviços pela equipe de enfermagem por meio de uma relação de confiança entre cuidadores e pacientes, dando origem a ações que fortalecem a recuperação do recém-nascido e na excelência do cuidado, reduzindo consideravelmente o período de hospitalização e potencializando o cuidado em domicílio.

A hospitalização durante um período prolongado pode resultar em maior número de crianças que demandam cuidados complexos ou ainda que evoluam com problemas crônicos, e pode influenciar no crescimento e desenvolvimento, assim como, potencializar a necessidade de novas hospitalizações. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) os custos com a internação prolongada de um recém-nascido são difíceis de serem calculados, justificado pela necessidade de acompanhamento especializado a nível ambulatorial, as reinternações e os prejuízos nas interações familiares.

Partindo da premissa que o período prolongado de hospitalização de recém-nascidos em UCIN pode interferir na organização familiar para o cuidado e aumentar o risco a complicações a curto e longo prazo, este estudo busca conhecer o perfil de recém-nascidos hospitalizados em UCIN e associar fatores maternos e neonatais com o tempo de
hospitalização.

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