Analisa a comunicação entre enfermeiras e pacientes adolescentes oncológicos, a fim de identificar potencialidades e obstáculos na troca de informações entre as duas partes.
A comunicação das enfermeiras é crucial para manter um ambiente hospitalar terapêutico durante o tratamento do câncer, reduzindo o sofrimento e melhorando o desfecho clínico do paciente. Contudo, há uma falta de estudos sobre a comunicação destas profissionais com adolescentes com câncer.
Esta dissertação tem por objetivo analisar a comunicação entre enfermeiras e pacientes adolescentes oncológicos, a fim de identificar potencialidades e obstáculos na troca de informações entre as duas partes. Esta análise ocorreu por meio de dois estudos – o primeiro se constitui de uma revisão integrativa abordando a percepção de adolescentes hospitalizados sobre suas interações com as equipe de enfermagem; e o segundo em um artigo qualitativo que avalia as percepções das próprias profissionais em sua comunicação com adolescentes oncológicos.
Na revisão integrativa, avaliou-se que a comunicação amigável e gentil gera um maior senso de dignidade aos pacientes adolescentes, com estes compreendendo-a como um respeito à sua individualidade. Contudo, por meio das entrevistas e análise qualitativa, observou-se que para as enfermeiras a comunicação entre os dois é permeada pela compreensão que a morte pode se tornar parte do processo, e esta pode impedi-la de manter-se emocionalmente disponível durante o tratamento de câncer.
A comunicação na oncologia pediátrica requer que a enfermeira mantenha um equilíbrio entre se manter emocionalmente disponível ao adolescente oncológico, e distanciar-se do paciente. Seria extremamente benéfico revisar e propor novos processos educativos e apoio organizacional a estas enfermeiras ao lidarem com os aspectos de luto e processo de morte.