A Percepção Sobre o Brinquedo Terapêutico na Ótica Docente

6 de outubro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Compreende a percepção dos docentes de Enfermagem pediátrica sobre a utilização do brinquedo terapêutico.


O processo de hospitalização caracteriza-se como um processo atípico, doloroso e traumático, frente à criança, que necessita de cuidados específicos relacionados às diversas patologias. A modificação da rotina e o enfrentamento da criança ao desconhecido provocam inúmeros sentimentos, manifestando ansiedade, medo e insegurança quanto aos diversos procedimentos aos quais ela passa a ser submetida.

A Percepção Sobre o Brinquedo Terapêutico na Ótica Docente

A Percepção Sobre o Brinquedo Terapêutico na Ótica Docente. Foto: Divulgação.

No âmbito do cuidado à saúde da criança é de extrema importância a realização de atividades recreativas envolvendo o brincar, pois tal aspecto é necessário para o desenvolvimento infantil e deve ser mantido mesmo no ambiente hospitalar. Com isso, o Brinquedo Terapêutico (BT) emerge como uma ferramenta para o cuidado à criança, utilizada pelos profissionais que prestam assistência, com o intuito de reduzir a ansiedade diante dos procedimentos e explicar para a criança como eles serão realizados.

O BT é classificado em três categorias: o Brinquedo Dramático, que auxilia a criança a manifestar seus medos, desta forma ajudando-a a diminuir a ansiedade; o Brinquedo Instrucional que promove entendimento acerca dos procedimentos do seu tratamento, aos quais será submetida; e o Brinquedo Capacitador de funções fisiológicas que promove melhor eficiência na reabilitação da criança, por meio da manutenção ou estímulo das suas atividades de vida diária.

Desse modo, a Resolução 41, de 13 de outubro de 1995 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), que aborda os direitos da criança e do adolescente hospitalizados, prevê o direito deste público ser inserido em atividades lúdicas que auxiliem o seu desenvolvimento, mesmo em situações de internação. O Conselho Federal de Enfermagem, em sua Resolução 546/2017 também regulamenta a utilização do BT pelos profissionais de enfermagem em sua prática. Porém, mesmo com bases legais para sua prática, ainda não é uma realidade na maioria dos cenários pediátricos de saúde.

As Diretrizes Curriculares Nacionais ressaltam que a formação do enfermeiro deve ter a finalidade de formar profissionais críticos e reflexivos, que desde a graduação reconheçam a importância e apliquem na sua assistência a integralidade do cuidado às crianças, que valorizem a importância do brincar para o paciente pediátrico e que promovam às mesmas o estabelecimento de uma comunicação ativa que se adeque a cada faixa etária. É relevante que os profissionais de enfermagem incluam na sua prática os princípios humanísticos, para assim facilitar a comunicação com a criança e promover uma assistência adequada.

Para que a aplicação do BT seja uma realidade na assistência à criança é fundamental a capacitação profissional, ainda no período da graduação, que assegure ao acadêmico uma experiência tanto teórica como prática desta estratégia. Os docentes de enfermagem devem propor uma metodologia integradora do processo de ensino e aprendizagem, que proporcione aos alunos uma aprendizagem significativa. Nesse sentido, questiona-se: qual a percepção dos docentes de enfermagem pediátrica acerca do brinquedo terapêutico e da sua utilização no processo formativo de enfermeiros?

Assim, o objetivo do estudo foi compreender a percepção dos docentes de enfermagem pediátrica sobre a utilização do brinquedo terapêutico.

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