Percepção das Puérperas acerca do Parto Verticalizado

3 de julho de 2019 por cofenImprimir Imprimir


Sabe-se que desde a antiguidade e na maioria das civilizações o parto era assistido por parteiras no próprio domicílio. O parir era algo feminino, natural e fisiológico. As mulheres se colocavam como autoridades e protagonistas nesse processo. Nesse contexto a posição materna preferida adotada por essas mulheres em todas as civilizações era a vertical.

Leia Mais:

O parto horizontal

Ao longo dos anos o cenário do parar sofre várias mudanças e frente as restrições impostas pelos próprios procedimentos hospitalares. A partir dai se adota a posição horizontal, em que a parturiente permanece deitada e com as pernas colocadas em perneiras. Essa possivelmente foi a mudança mais perceptível na cena do parto. A fim de que a mulher permanecendo deitada no trabalho de parto e durante a expulsão facilitaria a visualização do canal vaginal. O uso dessa posição foi adotado de maneira indiscriminada sem haver avaliação de sua efetividade e segurança.

Além disso, a adoção da posição horizontal influenciou para que várias outras intervenções fossem utilizadas. Ficando claro que na atualidade, o modelo hegemônico de assistência ao parto se caracteriza mais acentuadamente por utilizar uma abordagem intervencionista em que o obstetra “faz” o parto. Tal modelo mostra a gravidez, parto e nascimento na perspectiva da sociedade industrializada tecnológica e sobre ótica masculina.

Nesse contexto, a parturiente é vista enquanto um objeto, sendo submetidas a procedimentos desnecessários. Um reflexo disso é o alto porcentual da taxa de cesariana no Brasil, a qual representa 52% do total de nascimentos. Chegando a alcançar 88% nos serviços privados. Estima-se que quase um milhão de mulheres são submetidas a esta cirurgia sem real indicação anualmente.

Compartilhar