Investiga a percepção das mães de crianças de zero a dois anos sobre a vigilância do desenvolvimento infantil na Estratégia de Saúde da Família.
A assistência à criança necessita de uma visão integral em todos os aspectos, de modo que possa oferecer conduta protetora com escuta eficaz e olhar atento, construindo dessa maneira vínculo e compromisso. O interesse maior deve ser a criança dentro do âmbito familiar e social, no entanto, não se deve desperdiçar a oportunidade de desempenhar o cuidado, possibilitando qualidade na assistência integral com vinculação e comprometimento a respeito da continuidade da assistência.
Com a finalidade de garantir a assistência à criança, foram construídas políticas públicas a fim de integralizar este cuidado. Neste sentido, a Atenção Primária a Saúde (APS), responsável por coordenar as redes de atenção por intermédio da Estratégia da Saúde da Família (ESF), vem trazendo contribuições significativas no combate a redução da mortalidade infantil, principalmente por doenças preveníveis. Como exemplo destaca-se a puericultura, que subsidiada pelas políticas públicas de saúde exerce o papel de prevenção dentro da ESF, sendo uma das principais ações ofertadas à saúde da criança.
O Ministério da Saúde preconiza que toda criança realize no seu primeiro ano de vida no mínimo sete consultas de puericultura e duas no segundo ano, sendo de fundamental importância o cumprimento desse calendário para que possa ser realizado o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças. Nesta perspectiva, é pertinente destacar que a vigilância do desenvolvimento infantil, viabilizada pelo acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil e operacionalizada pela consulta de enfermagem à criança, configura-se como uma estratégia fundamental de promoção e prevenção da saúde infantil.
A consulta de enfermagem tem sido priorizada como uma prática voltada para a assistência a criança. Contudo, nem todos os profissionais sentem-se habilitados a desenvolver uma relação de interação com as mães, enfraquecendo vínculos já existentes e impossibilitando uma conexão durante a assistência prestada. Ademais podemos acrescentar a essa problemática, a falta de conhecimento por parte das mães a respeito dos serviços ofertados em relação a assistência a criança, conforme evidenciado em estudos. Mesmo quando há interesse por parte dos responsáveis em relação a assistência ofertada pra os seus filhos, as duas condições supracitadas se mostraram diretamente relacionadas com o enfraquecimento da relação entre mães e profissionais enfermeiros, impossibilitando assim um cuidado eficaz.
Durante a consulta de puericultura faz se necessário atenção direcionada à criança e efetividade no relacionamento junto às genitoras para que sejam identificadas as principais dúvidas e dificuldades que possam surgir nesses primeiros meses de vida. Dessa forma, é oferecido todas as informações primordiais relacionadas aos primeiros cuidados, como a importância do aleitamento materno, incentivando e encorajando a sua prática exclusiva, a vacinação, explicando sobre a atualização do calendário vacinal conforme preconiza o Ministério da Saúde, as condições de higiene, bem como a prevenção de acidentes.
O enfermeiro exerce papel importante na sistematização da assistência à criança no âmbito da ESF, prestando cuidado integral, desenvolvendo estratégias para acompanhar a criança no crescimento e desenvolvimento, fornecendo ações educativas sobre amamentação, atentando quanto a imunização, possibilitando a formação de vínculos com a família e orientando-os nos principais sinais de risco. Além do mais, a consulta de enfermagem deverá estar alicerçada nas cinco fases do processo de enfermagem, evidenciado pela coleta de dados, diagnósticos de enfermagem, planejamento, implementação das intervenções e avaliação.
Logo, a presente pesquisa justifica-se pela importância do monitoramento do crescimento e desenvolvimento com o intuito de promover e assegurar a saúde da criança. Portanto, faz-se necessário um acompanhamento que se inicia desde o nascimento e estende-se por toda a infância e, para tanto, demanda capacitação profissional no sentido de identificar os fatores de risco inerentes à criança acompanhada na puericultura garantindo, assim, um cuidado contínuo e progressivo.
Diante da relevância da puericultura como meio de manutenção da saúde da criança, este estudo tem por objetivo investigar a percepção das mães de crianças de zero a dois anos sobre a vigilância do desenvolvimento infantil na Estratégia de Saúde da Família em município do estado da Paraíba.