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Percepção dos Enfermeiros Sobre Condições de Trabalho na Atenção Primária Durante a Pandemia de Sars-cov-2
8 de abril de 2024 por filipesoares Imprimir
Analisa a percepção do enfermeiro acerca das condições de trabalho no contexto da Atenção Primária à Saúde durante a pandemia de SARS-CoV-2.
O novo contexto de emergência resultante da pandemia originada pelo SARS-CoV-2 influenciou economias, estilo de vida em diversas culturas e, principalmente, instituições sanitárias em todo o mundo. Essa nova demanda emergente comprometeu os modelos de serviços ofertados no sistema de saúde do Brasil, afetando diretamente aqueles que são o pilar desse sistema, os profissionais de saúde.
O protocolo de manejo clínico da SARS-CoV-2 na Atenção Primária à Saúde (APS), elaborado pelo
Ministério de Saúde do Brasil, coloca esse nível de atenção como responsável pelos atendimentos aos casos leves da doença e pelo primeiro atendimento aos casos graves, com estabilização do quadro e encaminhamento para o setor terciário.
No contexto da APS o enfermeiro exerce o cuidado profissional aos usuários, sendo a linha de frente para a assistência durante a pandemia, evidenciando o protagonismo da enfermagem no combate à doença neste nível de atenção à saúde. Dessa forma enfermeiros e enfermeiras permaneceram ao lado dos pacientes durante toda a crise sanitária vivenciada, proporcionando assistência para aqueles que sofriam com a COVID-19 e com as outras demandas antigas que persistiram durante a pandemia.
Contudo, nesse período, observou-se uma alta taxa de morbimortalidade causados pelo vírus SARS-CoV-2 entre profissionais da Enfermagem. Até agosto de 2021, o Brasil somava 58.121 casos reportados de profissionais de enfermagem infectados por COVID-19, com um total de óbitos correspondente a 858 casos – uma taxa de letalidade de 2,65%. Consequentemente, esses profissionais foram expostos a riscos relacionados à atividade laboral dentre eles, o estresse psíquico.
Nesse contexto, os equipamentos de proteção individual (
EPI) foram imprescindíveis para garantir a segurança dos enfermeiros que cuidam de pacientes infectados. Isso ocorre porque os EPIs ajudam a proteger os profissionais de saúde contra a exposição ao vírus e, como resultado, reduzem o risco de transmissão. Os enfermeiros, juntamente com outros profissionais de saúde que estão na linha de frente dessa pandemia, estão sempre em contato com pacientes que possivelmente estão infectados com o vírus, portanto, é fundamental usar equipamentos de proteção individual adequados para evitar a contaminação.
Ademais, o estresse psíquico constante pode desencadear problemas psicológicos de ansiedade, medo, ataques de pânico, sintomas pós-traumáticos, angústia psicológica, estigma, tendências depressivas, distúrbios do sono, desamparo, isolamento social, bem como a preocupação com a exposição e contágio aos amigos e familiares. Dito isso, é notório como o contexto da COVID-19 na rotina diária do enfermeiro na APS demandou maior capacidade adaptativa e proporcionou um alto risco na esfera biopsicossocial para esses profissionais.
Esse estudo revela-se importante para a saúde do enfermeiro que atuou na linha de frente da pandemia, na medida em que permite identificar as condições vivenciadas por esses profissionais. Frente a isso, questiona-se: Qual a percepção do enfermeiro acerca das suas condições de trabalho e saúde mental, frente ao cuidado no contexto da APS durante a pandemia da COVID-19? Portanto, objetivou-se analisar a percepção do enfermeiro acerca das condições de trabalho relacionadas à biossegurança, e proteção da saúde mental no contexto da APS durante a pandemia de COVID-19.