Percepção de Enfermeiros Acerca dos Processos de Cuidado Durante a Pandemia da Covid-19

22 de abril de 2024 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a percepção do enfermeiro acerca dos processos de cuidado durante a pandemia da COVID-19.


Em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, houve a descoberta de um novo vírus causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) que se disseminou por todo o mundo, dando origem a uma pandemia. O SarsCoV-2 nomeado popularmente, COVID-19, faz parte da família Coronaviridae do gênero betacoronavirus. Em geral, a infecção é transmitida por meio de gotículas expelidas do trato respiratório e contato direto entre pessoas e superfícies contaminadas.

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Foto: Divulgação.

O período de incubação, intervalo que pode ocorrer entre a manifestação dos primeiros sintomas desde a contaminação, varia de 1 a 14 dias, tendo em média 3-7 dias, sendo a fase mais infectante o período de latência. A COVID-19 é bastante transmissível em seres humanos, em especial no grupo de idosos e pessoas com comorbidades, os quais além de serem mais susceptíveis ao contágio, também são propícios a manifestações graves, que podem associar-se à Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo e disfunção de múltiplos órgãos.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), em torno de 80% dos casos de Covid-19 classificam-se como leves ou moderados, dessa forma não havendo a necessidade de internação no âmbito hospitalar, mas sim ser assistidos através da Atenção Primária à Saúde (APS). Nesse sentido, a APS possui capacidade significativa para auxiliar em casos de emergências públicas, o que se observa pela efetividade do cuidado em saúde prestado à população, o qual é demonstrado através de resultados satisfatórios.
A APS no Sistema Único de Saúde (SUS) é o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo. Por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), a APS abrange a maior parte dos municípios brasileiros, proporcionando transversalmente intervenções eficazes no manejo da COVID-19, devido ao seu elevado potencial resolutivo de problemas de saúde junto a conexão longitudinal que contribui na tomada de decisões. Dessa forma, é oportuno destacar que um dos objetivos da APS é reduzir as internações hospitalares e a ESF proporciona o cuidado à saúde de modo único, mediante diagnóstico territorial a sua população adscrita, assegurando o acesso às atividades e condutas de promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde.
Nesse contexto, têm-se os profissionais de saúde que, ao longo da pandemia da COVID-19, vivenciaram longas jornadas de trabalho, a escassez de insumos, o incômodo do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) por tempo prolongado, aflição em se contaminar com a doença e o receio de transmitir a infecção aos familiares, o que resultou em altos níveis de estresse, associado ainda ao medo e a dúvida sobre esta doença.
Rotineiramente, os profissionais da enfermagem se expõem a episódios estressantes e perante o contexto pandêmico, evidencia-se maior exaustão emocional. Pode-se destacar que muitos profissionais deixaram de priorizar sua saúde mental em virtude da rotina cansativa. Devido a esse fato, muitos ficam sujeitos a desenvolver problemas psicológicos desencadeados pelo estresse. Vale ressaltar que há diversas recomendações do quanto é fundamental o cuidado da saúde mental, uma vez que estes profissionais se configuram a linha de frente dos serviços de saúde.
Ressalta-se que há susceptibilidade de riscos aos profissionais da saúde, sendo necessário a monitorização e a aplicação dos padrões de biossegurança, conforme as condições referentes às atividades laborais que são desempenhadas, e o cuidado no âmbito onde ocorre o trabalho. Assim, o presente trabalho objetivou analisar a percepção do enfermeiro acerca dos processos de cuidado durante a pandemia da COVID-19.
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