Analisa o nível de conhecimento dos acadêmicos do curso de Enfermagem de uma universidade pública sobre o Transtorno do Espectro Autista.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (APA), é um distúrbio de desenvolvimento neurológico caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ ou interesses repetitivos e restritos, e tem origem nos primeiros anos de vida.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando que há uma prevalência crescente do autismo de forma global, é imprescindível que os profissionais de saúde tenham uma base de conhecimento adequada para poder ofertar os devidos cuidados a indivíduos com esse transtorno. No entanto, muitos profissionais não possuem conhecimento técnico acerca do autismo e suas manifestações. Isso se deve pela falta de exposição a essa temática no âmbito acadêmico.
O Transtorno do Espectro Autista é uma condição que afeta tanto o indivíduo quanto a sua família, e que pode ser agravada pela falta de conhecimento dos profissionais em identificá-lo. Apesar de não existir cura, o diagnóstico e as intervenções precoces são essenciais para tornar a pessoa mais independente e melhorar a qualidade de vida, na medida em que possibilita o estímulo do desenvolvimento cognitivo, da fala e nos aspectos afetivos e emocionais, além de preparar a família para a futura luta diária. Entretanto, estudo realizado aponta que profissionais da área da saúde possuem um conhecimento inconsistente, apresentando diversos equívocos e opiniões desatualizadas acerca das características de desenvolvimento, cognitivas, sociais e emocionais do Transtorno do Espectro Autista. Além disso, familiares relatam a falta de acompanhamento das Unidades Básicas de Saúde para com as crianças autistas, expondo a ausência da participação dos profissionais de enfermagem na assistência ao longo do desenvolvimento do indivíduo com esse transtorno.
Uma pesquisa feita com estudantes do último ano de medicina, enfermagem e psicologia da Universidade da Nigéria, demonstrou o baixo conhecimento sobre a temática. O que é preocupante considerando que, em um futuro próximo, estes estudantes serão profissionais da saúde que poderão integrar uma equipe multidisciplinar, e também poderão ser os primeiros a entrar em contato com indivíduos acometidos por distúrbios do desenvolvimento. O profissional de enfermagem tem um importante papel de educador em saúde, sendo responsável por desenvolver atividades que atendam às necessidades sociais e por orientar os pacientes na prevenção de doenças e na promoção da saúde.
Assim, faz-se necessário que o profissional de Enfermagem tenha conhecimento necessário para detectar sinais de atrasos no desenvolvimento infantil e prestar uma assistência adequada a indivíduos autistas e seus familiares/cuidadores. No entanto, observa-se que a matriz curricular da área de Enfermagem trabalha pouco com esse tema, ou não o expõe, e isso provoca um grande déficit de conhecimento dos enfermeiros acerca do autismo.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi analisar o nível de conhecimento dos acadêmicos do curso de Enfermagem de uma universidade pública sobre o Transtorno do Espectro Autista.