Parecer: Técnica humanizada “Hora do Colinho” Traduz Essência da Enfermagem

28 de julho de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Parecer aprovado por unanimidade pela plenária do Cofen respalda Procedimento Operacional Padrão (POP) que humaniza cuidado aos órfãos da covid-19.


O plenário do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou, nesta tarde (27/7), parecer técnico sobre a legalidade e reconhecimento do Protocolo Operacional Padrão (POP) no cuidado humanizado “hora do colinho”. O POP estabelece diretrizes para o acolhimento a recém-nascidos que perderam a mãe para a Covid-19 ou aqueles cujas mães estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

hora-colinho

Relatora Dannyelle Costa vê potencial para a difusão do POP em outros serviços.

“O procedimento traduz perfeitamente a essência da Enfermagem: o cuidado à luz das melhores evidências científicas”, afirma a conselheira relatora, Dannyelle Costa. “É um respaldo que, além de reconhecer a legalidade e adequação do POP, busca promover boas práticas”, afirma a conselheira, que vê potencial para a difusão em outros serviços.

O parecer responde a consulta da Maternidade Frei Damião, referência em covid-19 na Paraíba, onde foi desenvolvido o protocolo.

“Enfermagem é a mão que cuida, mas também é o colo que acalenta”, define a enfermeira Mariluce Ribeiro de Sá, idealizadora da Hora do Colinho. A técnica aprimora a respiração e promove a expansão da caixa torácica do bebê, o que auxilia o funcionamento do intestino e do estômago com o movimento.

Hora do Colinho

“O tempo de colo é ajustado pela necessidade do bebê”, explica Mariluce. “Não é um contato pele a pele, porque estamos paramentadas para proteger eles, mas tem um calor humano. Fazemos o acolhimento que as mães fariam, mas não podem porque estão em estado grave ou faleceram”. A UTI neonatal da maternidade já adotava a hora do soninho, com redução das luzes, do ruído e música de ninar ambiente.

Tragédia humana – A pandemia traz impactos trágicos para a infância e a configuração das famílias. Estudo publicado na revista científica Lancet estima que 1,5 milhão de crianças perderam a mãe ou outro cuidador primário para a covid-19 até o mês de abril. No Brasil, uma criança fica órfã a cada 5 minutos.

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Acesse a íntegra do parecer técnico

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