Orienta a prática clínica, visando promover processo ágil de intubação orotraqueal.
Entre 10% e 15% dos pacientes com COVID-19 necessitam de internação em terapia intensiva por insuficiência respiratória aguda determinada por pneumonia viral. Tais pacientes geralmente apresentam aumento da frequência respiratória (f > 24/minuto) e hipoxemia (SpO2 < 90% em ar ambiente). A oxigenioterapia é um dos pilares do tratamento desta condição clínica. Em parte destes casos, o paciente criticamente enfermo com COVID-19 é incapaz de manter níveis adequados de ventilação a despeito do uso de medidas não invasivas. Para esses pacientes faz-se necessário o uso de ventilação mecânica invasiva para assegurar adequada oxigenação aos tecidos, na vigência de pneumopatia grave pelo SARS-Cov2.
O presente documento é aplicável a serviços de saúde, públicos ou privados, que prestam atendimento a pacientes com COVID-19 que demandam uso de ventilação mecânica invasiva, seja no contexto de terapia intensiva ou não. Esse protocolo objetiva orientar a prática clínica, visando promover processo ágil de intubação orotraqueal (IOT) e otimização do uso de medicamentos sedativos e de bloqueadores neuromusculares, visando segurança e adequada assistência ao paciente. Em um contexto de emergência de saúde pública, no qual não se pode assegurar que não haverá indisponibilidade pontual de determinadas drogas, optamos nesse protocolo por descrever diferentes alternativas de manejo, devendo ser utilizadas as medicações conforme a ordem proposta, dada sua disponibilidade.
As recomendações aqui contidas foram adaptadas a partir de diretrizes nacionais e internacionais recentes, com contextualização para o cenário brasileiro, com a participação de representantes do Ministério da Saúde, de sociedades médicas, de hospitais de excelência e de universidades.