Onda Vermelha: Perfil dos Pacientes Atendidos Em Um Hospital de Trauma

1 de junho de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Descrever o perfil dos pacientes atendidos pela onda vermelha em 2018 e 2019.


Trauma são lesões causadas por um impacto externo, resultante de uma ação abrupta e violenta que causa danos de extensão variada no organismo. É caracterizado por mecanismos de lesões penetrantes ou contusas, que variam desde escoriações superficiais, sem nenhum risco de vida, até grandes contusões ou ferimentos penetrantes graves que causam a morte instantânea da vítima.

Onda Vermelha: Perfil dos Pacientes Atendidos Em Um Hospital de Trauma

Foto: Prefeitura São José dos Campos.

O Código Internacional de Doenças (CID-10) inclui os casos de trauma no capítulo XX, como “causas externas”. No Brasil, dados do Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde (DATASUS) mostram que, em 2017, houve 158.657 mortes somente por causas externas, que representaram 12,08% do total de mortes. No estado de Minas Gerais, no ano de 2017, houve 14.404 óbitos decorrentes de causas externas, sendo mais comum em homens (79,15%) e jovens entre 20 e 29 anos (20,79%). O município de Belo Horizonte teve 1.572 mortes por causas externas no mesmo período.

O trauma é uma das principais causas de morte em adultos e, por isso, medidas que reduzem esta estatística devem ser implementadas. A qualidade do atendimento ao traumatizado depende da ação de todos os profissionais envolvidos, começando pelo adequado atendimento na cena do acidente, transporte rápido e seguro (por via terrestre ou aérea) com comunicação prévia ao serviço que irá recebê-lo, continuando por uma competente avaliação, ressuscitação volêmica, acurado diagnóstico e adequado tratamento intra-hospitalar. Com isso, é necessária uma reabilitação que o integre novamente à sociedade, mantendo ao máximo a sua capacidade de trabalho, ou, ao menos, permitindo-lhe condições de uma sobrevida.
Diante da alta mortalidade dos pacientes, vítimas de trauma, os profissionais de saúde do Hospital João XXIII, referência para o atendimento de trauma, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), em Belo Horizonte, deram início ao protocolo chamado Onda Vermelha, em novembro de 2004. Por meio deste protocolo, quando um paciente com trauma chega ao hospital, se é identificada a condição in extremis, aciona-se a Onda Vermelha, um alerta sonoro que desencadeia a mobilização dos profissionais para o atendimento imediato ao paciente em urgência ou emergência. Com o acionamento da Onda Vermelha é desencadeada um conjunto de ações administrativas e dos profissionais de saúde, visando a abordagem imediata do paciente no centro cirúrgico e a disponibilização de hemoderivados em poucos minutos. A qualidade desse atendimento depende da ação de todos os profissionais envolvidos, de forma rápida pela equipe de trauma, assim como os encaminhamentos subsequentes necessários, como forma de assegurar a sobrevida do paciente.
Tendo em vista o atendimento com respostas rápidas, indispensáveis na assistência a pacientes em estado crítico com necessidades complexas, na prática, identificam-se enfermeiros envolvidos na prestação de cuidados diretos ao paciente, além de atuar efetivamente no gerenciamento da unidade, com o intuito de aperfeiçoar a organização e atender às necessidades de cada paciente. Dessa maneira, há especificidades em suas ações que, de forma complementar, resultam em um trabalho integrado da equipe de enfermagem.
Este estudo se justifica diante da magnitude do problema relacionado ao grande número de pessoas acometidas por trauma grave, alta mortalidade pela gravidade dos pacientes e a assistência de qualidade a ser prestada. O conhecimento do perfil dos agravos pode colaborar no planejamento dessa assistência, tendo em vista que procedimentos necessários para manter a vida dependem da ação de todas as pessoas envolvidas. Assim, o objetivo desta pesquisa é descrever o perfil dos pacientes atendidos pela onda vermelha no período de 2018 e 2019.
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