Ocorrência de Óbitos de Homens Com Câncer de Próstata

21 de novembro de 2023 por filipesoaresImprimir Imprimir

Avalia a incidência de óbitos e fatores associados em pacientes com câncer de próstata.


Avaliando-se os dados das últimas décadas, o câncer ganhou uma dimensão considerável em todo o mundo, convertendo-se em evidente problema de saúde pública. O câncer de próstata constitui o segundo tipo de câncer mais incidente entre os homens.

Controle de infecção em unidade de medicina diagnóstica extra-hospitalar: biópsia de próstata

Foto: Internet.

Objetivo: Avaliar a incidência de óbitos e fatores associados em pacientes com câncer de próstata. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo com abordagem quantitativa, com revisão de documentos por meio da análise das Fichas de Registro de Tumor no período de 2010 a 2017 no município de Uberaba, Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada na Central de Quimioterapia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e no Hospital Dr. Hélio Angotti. Utilizou-se um instrumento para coleta de dados com características sociodemográficas e clínicas e óbitos que contém variáveis relativas à residência, idade, escolaridade, cor da pele, estado conjugal, situação de trabalho, tipo de registro, diagnósticos e tratamentos anteriores, estadiamento do tumor, primeiro tratamento e quantidade de tratamentos, estado da doença ao final do primeiro tratamento, histórico de câncer, histórico de álcool e histórico de tabaco com tabelas de frequências relativas e absolutas, análise bivariada em tabelas de contingência (risco relativo, razões de chances e qui-quadrado) e regressão logística binomial múltipla.

Resultados: A avaliação do grupo do estudo composto por 887 homens permitiu concluir que a população masculina estudada caracterizou-se por predomínio de registros analíticos, 86,1%, e idade entre 60-69 anos, 39,1% (n=347). Dos participantes, 68,0% (n=603) apresentaram cor da pele branca, 69,8% (n=619) eram casados, 50,2% (n=445) estudaram de 1 a 4 anos e 61,6% (n=546) estavam ativos como situação de ocupação atual. Da população estudada, 24,9% (n=221) não apresentaram histórico de câncer, 31,3% (n=278) não tiveram contato com álcool e 27,2% (n=241) eram ex-consumidores de tabaco. Quanto aos fatores clínicos, 50,1% (n=444) estavam com estágio II, 82,4% (n=731) realizaram somente um tipo de tratamento, 58,2% (n=516) realizaram cirurgia e 50,2% (n=445) tiveramremissão total no estado da doença ao final do tratamento. Com relação aos óbitos, 37,3% (n=46) possuíam idade de 70-79 anos, 60,9% (n=75) tinham pele branca, 52,0% (n=64) eram aposentados, 46,3% (n=57) possuíam Ensino Fundamental incompleto e 60,9% (=75) eram casados. Dos participantes que foram a óbito, 57,8% (n=37) não apresentavam histórico de câncer, 43,6% (n=38) não apresentavam histórico de álcool e 35,4% (n=33) eram ex-consumidores de tabaco. Ao analisar os fatores clínicos, houve 56,0% (n=51) de óbitos de pacientes com estágio III, 66,6% (n=82) realizaram somente um tratamento, 35,7% (n=44) realizaram radioterapia e 31,6% (n=19) estavam com doença em progressão ao final do tratamento. Com relação ao risco de óbito, a correlação mostrou-se estatisticamente significativa entre óbito e as variáveis idade e não realização de cirurgia como primeiro tratamento, assim evidenciou-se que ao aumentar a idade aumenta-se também o risco de óbito.

Conclusão: a presença de missing values limitou a avaliação do risco de óbito para algumas variáveis. Entretanto, o uso do instrumento mostrou-se útil na investigação dos óbitos no município de Uberaba e no perfil da população acometida pela doença. Sua utilização na prática clínica pode propiciar benefícios para o tratamento dos homens com essa neoplasia.

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