Analisa o conhecimento de enfermeiros sobre bradiarritmias e seus cuidados aos pacientes atendidos na porta de entrada de um hospital, abordando questões sobre habilidades, compreensão e experiência e descrever o perfil destes profissionais.
As portas de entrada dos hospitais, são setores de grande circulação de pessoas e rotatividade de pacientes. O acolhimento com classificação de risco nas unidades de emergência, caracteriza-se por um processo dinâmico de identificação, de acordo com a gravidade do paciente e não por ordem de chegada. Os objetivos principais a serem alcançados através da classificação de risco, é ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral em situações de urgência e emergência, para prestar um atendimento ágil e de qualidade.
Por conseguinte, o enfermeiro tem papel fundamental na classificação de risco, sendo um dos principais atores na identificação dos pacientes que necessitam de atendimento imediato. Por este motivo, requer profissionais preparados para garantia de uma assistência rápida e segura, para que com habilidade, seja possível identificar os sinais e sintomas, os quais indiquem a prioridade no atendimento ao paciente.
Os serviços de
Urgência e Emergência, são destinados à assistência aos pacientes com problemas agudos de alto risco de vida. Neste contexto, as modificações cardiovasculares são consideradas um grave problema de saúde, ocupando a primeira causa de mortalidade no Brasil e no mundo. Segundo os dados estatísticos da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Brasil, em 2018, foram documentados 395.700 mil óbitos por doenças cardiovasculares (DCV). No estado do Rio Grande do Sul (RS), em 2019, foram 25.66 mil óbitos pela mesma causa. Diversos fatores de risco modificáveis e não modificáveis, contribuem para o desenvolvimento destas patologias, como sedentarismo, tabagismo, obesidade, hereditariedade e outros.
Dentre estas alterações, as arritmias cardíacas são responsáveis por uma imensa gama de situações, composta por manifestações clínicas e eletrocardiográficas variáveis, o que, na maioria das vezes, dificulta o seu diagnóstico e a padronização de seu atendimento. As mesmas caracterizam-se por uma anormalidade na geração ou condução do impulso elétrico, ou ainda em ambos, ou seja, a contração do coração não ocorre de forma rítmica. Doenças cardíacas, congênitas ou funcionais e ainda fatores sistêmicos como anormalidades eletrolíticas, hipóxia, hormonais, fármacos e toxinas são causas ou contribuem para o surgimento das arritmias cardíacas. Elas podem ser assintomáticas, ou apresentar sintomas, podendo evoluir para parada cardiorrespiratória. Portanto, é de grande importância o seu reconhecimento e a identificação de instabilidade clínica.
As arritmias cardíacas são classificadas de acordo com a frequência cardíaca (FC), em bradiarritmias (FC abaixo de 50 bpm) e taquiarritmias (FC acima de 100 bpm). Sendo que, as
bradiarritmias podem ocasionar em débito cardíaco reduzido, o qual corresponde ao produto direto do volume sistólico e FC. A bradiarritmia pode ser marcador, ou estar associada ao risco de morte, incluindo grave hipofluxo cerebral seguido de acidente vascular encefálico (AVE), hipofluxo coronariano acompanhado de infarto agudo do miocárdio (IAM) ou então, em alguns casos, o risco de taquicardias ventriculares potencialmente malignas. O seu tratamento principal, dependendo do grau de gravidade, pode incluir o implante de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI), principalmente o marcapasso (MP).
A partir destas questões, salienta-se a necessidade do profissional enfermeiro que atua na porta de entrada do hospital, ter conhecimento da prevalência das arritmias cardíacas, em especial das bradiarritmias, sua apresentação clínica e intervenções terapêuticas. Comparando-se às demais doenças cardíacas, as bradiarritmias ainda são pouco abordadas pela enfermagem e seu manejo não é bem estabelecido. Assim sendo, questiona-se: Qual o conhecimento dos enfermeiros sobre as bradiarritmias e seus cuidados aos pacientes atendidos na porta de entrada de um hospital?
A importância deste estudo justifica-se pelo interesse em avaliar o conhecimento e embasamento destes profissionais, pelo fato de que na instituição de realização da pesquisa não existe um protocolo de atendimento para as bradiarritmias. Para isso, tem-se como objetivo analisar o conhecimento de enfermeiros sobre as bradiarritmias e seus cuidados aos pacientes atendidos na porta de entrada de um hospital, abordando questões sobre habilidades, compreensão e experiência e descrever o perfil destes profissionais.