Apresenta e analisa oportunidades de aperfeiçoamento com objetivo de promover maior proteção para a Enfermagem.
A Nota Técnica 004/2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, apresenta as medidas de prevenção e controle de infecção na assistência à casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo SARS-CoV-2, a serem aplicadas em diferentes serviços de saúde no Brasil. Após 4 atualizações, desde sua publicação em 30/01/2020, a nota reflete o conhecimento incorporado ao longo do tempo até 08/05/2020. É relevante considerar que as orientações versam sobre um quadro mínimo aceitável de medidas e que os profissionais e os serviços de saúde podem implementar ações adicionais de acordo com as necessidades percebidas e os recursos disponíveis.
O vírus SARS-Cov-2 requer simultaneamente precauções de contato, gotículas e aerossóis em 100% do tempo e para 100% dos profissionais de saúde da linha de frente, que estão frequentemente expostos. A proteção de alto nível para esses profissionais, é fundamental para preservar o indivíduo e a força de trabalho, e também para reduzir a disseminação nas instituições e na comunidade, pois não há medidas profiláticas melhores e tão pouco, medidas terapêuticas bem estabelecidas e eficazes para seu tratamento. Nesse cenário de incertezas, repassar aos serviços ou aos profissionais, a decisão de incorporar medidas adicionais de proteção, se possível, não é uma ação positiva na batalha pela proteção de todos, igualmente, gerando ainda mais incertezas e grande variação.
Os profissionais de saúde precisam receber informações adequadas e atualizadas sobre o nível de proteção que necessitam e os cuidados que devem tomar. Para os serviços, a orientação técnica assertiva é importante para orientar a decisão gestora na definição de planos de ação em cada cenário.
Aos 100 dias de pandemia da COVID-19 completados em 18/06/2020, o Observatório de Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) já registrava cerca de 20 mil casos da doença em seus profissionais e 209 óbitos. Diante de um cenário futuro que mostra um longo período de enfrentamento e recuperação, nos cabe perguntar: Como podemos aperfeiçoar as medidas DE proteção e ir além do mínimo recomendável para proteger, mais e melhor, todos os profissionais da linha de frente?