“Somos história, mas também somos presente e futuro”, afirma o enfermeiro Cláudio Porto.
Fincado numa casa tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico, a poucos passos do Terreiro de Jesus, no Pelourinho, o Museu Nacional de Enfermagem (MuNEAN) é a casa da Enfermagem brasileira em Salvador, primeira capital do Brasil, e em todo mundo, por meio de tours virtuais.
“Temos, no Pelourinho, 18 museus. Somos, dentre os gratuitos, o que mais recebe visitantes”, comemora o enfermeiro Cláudio Porto, dirigente do museu, mantido pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Foram quase 8 mil visitas presenciais até outubro deste ano, com previsão de chegar a 10 mil. As visitas são guiadas por mediadores capacitados.
“Somos história, mas também somos presente e futuro”, afirma Cláudio Porto. “Nosso objetivo é ampliar as visitações, não apenas presenciais, mas também como exposições itinerantes, tour virtuais e parcerias culturais e educativas”, afirma.
Além das visitações de escolas técnicas e de diversos níveis de formação, o MuNEAN é um espaço aberto palestras e rodas de conversa que dialogam com os profissionais, da violência contra as mulheres à capacitação profissional.
Você sabe por que as amas de leite aparecem nas fotografias sempre bem vestidas? Sabia que a missão Rockfeller, coordenada pela enfermeira norte-americana Ethel Parsons, excluía as negras do processo de formação de enfermeiras? A exposição “Contribuição Afrodescendente na História da Enfermagem brasileira”, sucesso desde 2016, se tornou itinerante, combatendo o apagamento histórico da população negra, que representa mais da metade dos profissionais de Enfermagem.
Mais conhecida do museu, a exposição Indumentárias do Cuidar segue em circulação, aproximando públicos da história da profissão. Neste ano, esteve na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Recôncavo Baiano (UFRB), no Coren-BA, Coren-PE e Coren-PA.
Além do acervo permanente, o Museu Nacional de Enfermagem recebe diversas exposições temporárias. Em 2024, foram sete exposições, entre homenagens a profissionais como Iracy Costa, a enfermeira militar Jandira Meirelles, e o resgate da trajetória como enfermeira da ialorixá Mãe Stella, integrante da Academia Baiana de Letras.
Exposição fotográfica “Partejar” homenageou as parteiras tradicionais, atividade tida como uma das primeiras ocupações remuneradas de mulheres, estando na origem de profissões como enfermeiras obstétricas, obstetrizes e doulas. Já a “Variação: Outros Olhares da Bahia” reuniu olhares sobre cuidado, registrado na Baía de Todos os Santos, no entorno do museu.
A trajetória do Conselhos de Enfermagem, é claro, também está presente no Museu. A exposição audiovisual 50 anos do Cofen narrou a trajetória de implantação do Conselho Federal de Enfermagem e dos Conselhos Regionais.
A Hora do Colinho é contada no painel “O Profissional de Hoje: do século 20 aos dias atuais”. Em pauta no Congresso Nacional e incorporado as diversas legislações estaduais, o projeto, idealizado por uma profissional de Enfermagem, promove o acolhimento humanizado a recém-nascidos privados da presença materna durante a hospitalização.
O museu, mantido pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), integra o circuito cultural de Saúde, parceria estabelecida entre o MuNEAN, o Memorial de Medicina e o Museu da Santa Casa de Misericórdia. A parceria contempla o intercâmbio de peças entre as partes na construção das narrativas, assim como as visitas compartilhadas. “Somos um espaço em diálogo com o local e o nacional”, resume Cláudio Porto.
(R. Maciel de Cima, 5 – Pelourinho, Salvador – BA)
Site: https://munean.cofen.gov.br/
Instagram: https://www.instagram.com/munean_oficial