Mulheres Mastectomizadas: Fatores Excludentes da Reconstrução Mamária

5 de julho de 2021 por filipesoaresImprimir Imprimir

Compreende os processos ou racionalidades dos fatores excludentes da reconstrução mamária em mulheres mastectomizadas.


O câncer de mama pode ser considerado como um tipo de temor, que intimida e abala grande parte das mulheres. Na maioria dos casos o tratamento implica na mutilação da parte física, em uma das áreas mais simbólicas do corpo feminino, as mamas, conduzindo a mulher para o caminho dos distúrbios psicológicos.

Mulheres Mastectomizadas: Fatores Excludentes da Reconstrução Mamária

Mulheres Mastectomizadas: Fatores Excludentes da Reconstrução Mamária. Foto: Divulgação

O diagnóstico desta modalidade cancerígena promove sensações muito traumáticas, nas quais se inclui o pensamento de possuir uma doença grave, a indispensabilidade de efetuar um tratamento maléfico e agressivo, o receio de morrer, e por último, ter que enfrentar as alterações no seu corpo. A concepção desfavorável do corpo compreende a insatisfação com a aparência, receio de perder a feminilidade e perturbação psicológica, onde a paciente resiste em ver-se sem roupa e encontrar-se descontente com as marcas da cirurgia.

A Lei Nº 9.797, de 6 de maio de 1999, dispõe sobre a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pela rede de unidades integrantes do SUS nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer. Anos depois, a Lei de Nº 12.802, de 24 de abril de 2013, altera a lei anterior, para dispor sobre o momento da reconstrução mamária. Houve acréscimo de um parágrafo, que impõe que a reconstrução mamária deverá ser efetuada no mesmo ato cirúrgico, desde que exista condições técnicas. No caso de impossibilidade de reconstrução imediata, a paciente será encaminhada para acompanhamento e terá garantida a realização da cirurgia imediatamente após apresentar as condições clínicas requeridas.

Mulheres mastectomizadas

Parte-se do pressuposto que as mulheres mastectomizadas devem aceitar realizar a reconstrução mamária no momento da cirurgia, como fator indispensável para a melhoria da autoestima e da aparência corporal, além de ser um direito respaldado na legislação específica que trata a matéria.

Em relação à temática, os profissionais da saúde, que se encontram desenvolvendo atividades nessa área, necessitam entender todos os aspectos que envolvem essa clientela objetivando melhor entender os aspectos relacionados e buscar soluções. No que se refere ao enfermeiro, enquanto tomador de decisões, essa categoria possui competência técnica e legal de compartilhar as ações de forma interdisciplinar e multidisciplinar com profissões de modo direto ou indireto, além de influenciar toda a comunidade delimitada. Nas unidades hospitalares, embora as decisões dos enfermeiros sofram limitações, o conhecimento de sua área de proveniência, pode garantir uma maior autonomia e segurança durante o desempenho profissional.

Nesse sentido, o conhecimento e a atuação na área oncológica, justifica o estudo, pela necessidade oportuna de identificar os fatores que contribuem para que essas mulheres não realizem a reconstrução mamária. O objeto do estudo desta investigação consiste nos
fatores excludentes da reconstrução mamária apontados pelas mulheres mastectomizadas que as conduzem para a não utilização das prerrogativas estabelecidas na Lei de Nº 12.802/2013.

Para tal, o presente estudo tem o objetivo de compreender os processos ou racionalidades dos fatores excludentes da reconstrução mamária em mulheres mastectomizadas.

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