Relata a experiência da atuação de enfermeiras obstétricas no processo de implementação da atenção ao parto e nascimento, em especial realizado na água, em Centro de Parto Normal Intra-hospitalar em uma maternidade pública.
Diversas práticas na assistência ao parto, como a internação no momento oportuno, contribuem para redução de desfechos perinatais negativos. Para obter melhores resultados obstétricos e assim reduzir a mortalidade materna no mundo, especialmente no Brasil, faz-se necessário diversos esforços e iniciativas para o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Agenda 2030. Para o Brasil, espera-se que até 2030, diminua a razão de mortalidade materna para no máximo 30 mortes por 100.000 nascidos vivos.
Contudo, conforme achados de estudo, as práticas assistenciais obstétricas no Brasil estão baseadas no modelo de atenção tecnocrático reforçando o aumento de intervenções obstétricas desnecessárias durante as internações.
É neste cenário, que desde 2011, o Ministério da Saúde brasileiro institui ações para qualificar o cuidado perinatal definidas na estratégia intitulada Rede Cegonha, que em seu componente do parto e nascimento destacou o processo de implantação de Centro de Parto Normal (CPN) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
A qualificação dos processos de cuidado e atenção ao parto e nascimento apontam a inclusão e o protagonismo da enfermagem obstétrica e assim o CPN surge como ação importante no cenário obstétrico brasileiro, reforçando que para o alcance das metas dos ODS, a força de trabalho de enfermagem é essencial na prestação de cuidados integrados e centrados nas pessoas.
Considerando que a implantação de CPN se dar a partir de esforços técnicos e investimentos financeiros tripartite, a priorização dos investimentos em formação dos profissionais da enfermagem obstétrica torna-se primordial.
Porém, estudo brasileiro revelou que o cotidiano de trabalho da enfermagem obstétrica na assistência ao parto em ambiente hospitalar está transpassado por inúmeros enfrentamentos. Diante desses desafios, faz-se necessário que os enfermeiros obstétricos dos CPN compreendam a importância da sua formação e das normativas que regem sua atuação profissional, conforme a regulamentação do exercício da Enfermagem que prever especificamente para o enfermeiro obstétrico a atribuição legal de assistência à parturiente e ao parto normal.
Em consonância com as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal do Ministério da Saúde, a maternidade deste estudo inaugurou em setembro de 2014 o Centro de Parto Normal Intra hospitalar (CPNi) com vistas à humanização da assistência ao parto de risco habitual, proporcionado a autonomia da mulher ao parir em um ambiente mais acolhedor, adequado e confortável que permita a presença de acompanhante integralmente de sua livre escolha.
Neste contexto, este estudo tem como objetivo relatar a experiência da atuação de enfermeiras obstétricas no processo de implementação da atenção ao parto e nascimento, em especial realizado na água, em um Centro de Parto Normal Intra-hospitalar de uma maternidade pública do estado do Amazonas, Brasil, no período de outubro de 2017 a dezembro de 2020.