Mortalidade por Lesões Autoprovocadas: Análise de Tendência

12 de dezembro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Analisa a tendência de mortalidade por lesão autoprovocada intencionalmente em adultos, no Brasil, no período de 2008 a 2018.


O suicídio é definido como o ato de tirar a própria vida intencionalmente, por meio de intoxicação, lesão ou dano autoprovocado. É um fenômeno complexo e influenciado por vários fatores, como a vulnerabilidade social, violência física e/ou moral, acesso aos meios utilizados, transtornos mentais, dificuldade em lidar com estresses agudos ou crônicos da vida, violência de gênero, abuso infantil ou discriminação.

Mortalidade por Lesões Autoprovocadas: Análise de Tendência

Mortalidade por Lesões Autoprovocadas: Análise de Tendência. Foto: Divulgação.

O suicídio ocorre em todas as regiões do mundo e aproximadamente 80% acontecem em países de baixa e média renda, sendo a segunda principal causa de morte no mundo entre os jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para os acidentes de trânsito. Esta causa também foi responsável por 10,5 óbitos a cada 100.000 habitantes. A ocorrência de uma tentativa de suicídio se caracteriza como fator de risco para que novas ocorram, devendo haver acompanhamento dos indivíduos que apresentam histórico de tentativas anteriores.

As taxas globais de suicídio em homens são 1,8 vezes maiores que em mulheres. Estudos epidemiológicos realizados no Brasil nas duas últimas décadas, confirmam que os homens tem taxas mais elevadas no país, assim como idosos, indígenas e residentes de cidades de pequeno e de médio porte populacional. Em 2015, o suicídio foi a terceira causa de morte entre brasileiros do sexo masculino, de 20 a 39 anos. Considerando a mesma faixa etária e sexo, também esteve entre as principais causas de óbito nas regiões do Brasil.

Lesão autoprovocada

Os dados sobre mortalidade por suicídio no Brasil são provenientes de informações de atestados de óbitos, compiladas pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Ressalta-se que os coeficientes nacionais de mortalidade por suicídio escondem importantes variações regionais, que apresenta em seu processo de construção socioeconômica elementos complexos e que devem ser considerados para a compreensão das lesões autoprovocadas.

Trata-se, sem dúvidas, de um problema de saúde pública que pode ser prevenido. Para tal, deve-se implementar e fortalecer ações voltadas a identificação precoce, gestão e acompanhamento dos indivíduos e tentativas; estratégias eficazes de sensibilização e capacitação dos profissionais restrição de acesso aos meios utilizados para suicídio; veiculação de informações pela mídia com responsabilidade e fortalecimento das habilidades de vida nos jovens.

Além disso, é imprescindível melhorar a vigilância do suicídio para avaliar ou planejar as ações preventivas, bem como acompanhar o progresso das taxas e metas globais estipuladas. A redução do número de suicídios faz parte das estratégias organizadas pela OMS junto aos países membros, uma vez que o órgão interage com os governos e influencia as políticas públicas, principalmente as que contemplem a prevenção do suicídio.

Estudos sobre suicídio tornam-se relevantes frente a necessidade de informações para construção e implementação de políticas públicas nesta área, assim como a divulgação desta temática na sociedade a fim de estimular o desenvolvimento das ações de promoção a saúde mental. Diante de significativa importância de monitorar e conhecer as características do suicídio no país, o objetivo deste estudo foi analisar a tendência de mortalidade por lesão autoprovocada intencionalmente em adultos no Brasil, noperíodo de 2008 a 2018

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