Maternidade e Uso de Substâncias Psicoativas

7 de novembro de 2022 por filipesoaresImprimir Imprimir

Narrativas de mulheres atendidas em serviços de reabilitação psicossocial.


O uso, o abuso e a dependência de substâncias psicoativas (SPA), por se tratar de comportamento capaz de provocar consequências físicas potencialmente graves, representam uma grande preocupação para as diversas instituições e esferas da sociedade. Este é um problema que se intensifica ainda mais quando o consumo de SPA é feito entre mulheres grávidas. A gestação é um período de modificações significativas no organismo, no psiquismo e no papel sócio familiar da mulher. O uso de drogas ilícitas pode induzir modificações na gestação de risco habitual como aborto, prematuridade, baixo peso ao nascer e diminuição do perímetro cefálico. As drogas ilícitas como maconha, cocaína, merla e crack, são consideradas deletérias à gestante e ao feto.

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A gravidez, mesmo quando desejada pelas mulheres usuárias de SPA, ainda é considerada socialmente como não planejada. Ao ser associada com o relato de uso de drogas, não só a gestante, mas toda a família passa por uma espécie de julgamento moral. A partir do uso e abuso de drogas por gestantes, uma situação real que se impõe é a proteção do bebê, não apenas na condição de feto, mas como criança com direito à convivência familiar e comunitária.

Embora o uso e a dependência de drogas comportem um alto potencial de danos aos usuários, sabe-se que muitas pessoas que enfrentam esse problema conseguem interromper essa trajetória de risco e reconstruir a vida sem drogas, desde que encontrem apoio para esse empreendimento. Nessa perspectiva, o conceito de resiliência justifica-se pelo fato de ser considerado um conjunto de fenômenos, articulados entre si, que se desenvolve ao longo da vida, em um contexto afetivo, social e cultural.

Embora algumas mulheres conheçam os efeitos deletérios das SPA, muitas fazem uso destas durante o período gravídico puerperal. Diante disso, este trabalho tem por objetivo descrever a percepção de mulheres no período gravídico puerperal sobre o uso de substâncias psicoativas.

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